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'Isenção de tarifas deve elevar pouco as importações de soja, milho e arroz'

O comentarista Benedito Rosa analisa os efeitos de uma eventual mudança nas tarifas pagas por esses produtos do agronegócio

O Ministério da Agricultura estuda retirar a Tarifa Externa Comum (TEC) cobrada sobre a importação de arroz, milho e soja de países de fora do Mercosul. Atualmente, as alíquotas são de 12% para o arroz e de 8% para soja e milho. O governo pretende adotar a medida na tentativa de equilibrar os preços no mercado doméstico e impedir o aumento dos produtos da cesta básica.

De acordo com o comentarista Benedito Rosa, essa medida é corriqueira no Brasil quando preços das commodities atinge valores recordes. “Tradicionalmente, a indústria que compra esses e outros produtos da agricultura, se recusam a carregar estoques e pagar os preços que os importadores pagam. Independente da cotação do dólar. Preferem, quando o preço sobe muito, recorrer ao governo para zerar as tarifas de importação e comprar do exterior aquilo que está no Brasil, ou já foi vendido previamente”, disse.

Segundo ele, é uma situação que não deveria se repetir com tanta frequência. Mas, apesar disso, é possível que as importações não se elevem muito nos próximos meses. “Essa diminuição das tarifas não vão gerar importações substanciais. O Brasil já compra quase tudo desses produtos, de países do mercosul, onde a tarifa já é zero. É muito pouco provável, mas possível, importações de milho e um pouco de arroz do Golfo do México e EUA para o Nordeste, porque a logística de transportes é menor do que trazer do interior do Brasil, mas isso apenas se a taxa de câmbio baixar um pouco”, disse.