RS: mercado de máquinas encolhe e empresários apostam em exportações

Diante da crise econômica e da falta de verba para o Moderfrota, produtores tentam aproveitar alta do dólar para reverter cenário pessimista

Fonte: Pixabay/Divulgação

O setor de máquinas começou o ano em queda no Rio Grande do Sul. Devido à crise econômica, aos juros variáveis e à falta de verbas para o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), o faturamento com máquinas agrícolas chegou a cair 60% em janeiro deste ano em comparação com o mesmo período em 2015.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza, a área encolheu muito principalmente nos últimos dois anos. Os recursos do programa Moderfrota, que somam R$ 1,5 bilhão, estão praticamente esgotados, mas ainda faltam quatro meses para acabar o ano safra.
 
O setor precisa de mais R$ 2,5 bilhões até junho e Pastoriza sugere que o governo federal remaneje o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) e o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) para o Moderfrota. “As linhas dentro do próprio BNDES já são subsidiadas igualmente ao programa de modernização de frotas e tem recursos sobrando. Se ambos forem remanejadas, daria para suprir os R$ 2,5 bilhões que o mercado precisa de imediato sem nenhum gasto extra do tesouro”, aponta.

Para retomar o bom desempenho, uma das alternativas do setor é apostar nas vendas externas. Aproveitando o dólar valorizado frente ao real, a Stara S/A Indústria de Implementos Agrícolas pretende exportar mais de R$ 100 milhões para o leste europeu, América do Sul e África. 

“É um trabalho de formiguinha”, afirma Gilson Trennepohl, presidente da empresa. “Hoje nós estamos em 35 países e o dólar bastante favorável permite-nos dizer que as exportações têm ajudado muito”. Ele acredita que o cenário permitirá que a companhia cresça a nível internacional.  

O presidente da Abimaq quer aumentar as exportações do setor de máquinas e implementos agrícolas e para isso, pede que o governo volte a incentivar a área por meio de subsídios. “Isso foi retirado ano passado, mas queremos que volte. Outra sugestão é reverter o baixo nível de investimento com a aplicação do programa que nós chamamos de Modermaq”, que como Pastoriza explica, é um plano de modernização do parque fabril, de máquinas e também dos implementos agrícolas brasileiros.