Porto na costa africana vira alternativa para agronegócio brasileiro

O representante do porto de Las Palmas apresentou a estrutura ao setor produtivo e outras lideranças do agronegócio

Fonte: Puertos de Las Palmas/Divulgação

O Brasil estuda uma nova rota para exportar arroz para a África e o local escolhido foi o porto De Las Palmas, que fica nas Ilhas Canárias, costa oeste africana. Uma reunião entre o governo do Rio Grande do Sul, setor produtivo e diretoria do porto tratou sobre as vantagens de escoar a produção por esta via.

Para o Brasil, a rota é interessante por questões tributária, já que o arroz chega à África com uma tributação de aproximadamente 100% sobre o valor do produto. De acordo com o secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo, a taxação acaba tirando a competitividade do produto.

“Ao fazer esse caminho pelas Ilhas Canárias, essa taxa não deixa de existir porque eles têm um livre comércio com países da África. Além do arroz, seria uma porta para outros produtos como trigo, e também produtos da proteína animal, leite, carnes e os produtos industrializados aqui”, disse.

Para o diretor-comercial da Cooperação Internacional do Ministério da Agricultura, Evaldo Silva Júnior, atualmente existe um gargalo para a exportação para o continente africano. “Existe esse gargalo logístico porque boa parte das exportações vão até Rotterdam, na Holanda, para depois voltar para a África. Então, essa nova alternativa pode aumentar a nossa competitividade para suprir o mercado africano”, comentou.

O representante do porto de Las Palmas apresentou a estrutura ao setor produtivo e outras lideranças do agronegócio. O porto está no meio de três continentes, tem mais de 30 rotas de navios com países da áfrica e fica a 100 quilômetros da costa deste continente. Por ano, ele recebe 28 milhões de toneladas de mercadorias em geral e mais de 150 mil toneladas de grãos.

“Isso poderia levar a uma atividade de movimento entre um e dois milhões de toneladas. Mercadoria que seria não para o mercado canário e sim para o mercado africano”, disse Sergio Galván Montesdeoca, gerente da Fundación Puerto de Las Palmas, que aguarda uma movimentação dos interessados do lado brasileiro.

“É uma decisão que não se toma do dia pra noite e, agora,  esperamos que as empresas interessadas venham a Las Palmas e conheçam o terreno e as possibilidades que explicamos aqui. Há um processo de negociação entre ambas as partes para chegar, no futuro, a um negócio conjunto”, completou.