Soja Brasil

Cobertura de solo com braquiária está salvando a soja da seca em Goiás

Em Rio Verde, um dos municípios mais afetados pela seca, tem produtor que não está prevendo prejuízos por conta do manejo diferenciado

Em Goiás, a falta de chuvas atrasou o plantio de soja. Segundo dados da Safras & Mercado, até o momento, o total de área plantada no estado está em 97%. Nesse mesmo período na temporada anterior, a semeadura já estava totalmente concluída. Se a falta de umidade está trazendo prejuízos produtivos para alguns produtores, outros enfrentam o problema sem grandes dificuldades.

O estado goiano, que normalmente termina o vazio sanitário em 30 de setembro, conseguiu prorrogar por mais um ano a antecipação do plantio para 25 de setembro. A ideia é verificar a viabilidade dessa medida para a janela de plantio da soja. Entretanto, pelo segundo ano seguido não conseguiram antecipar. Isso porque o clima adverso e a falta de chuvas permitiram o início dos trabalhos em 24 de outubro, um mês depois.

“Depois disso, o plantio se desenvolveu bem até os 90% da área plantada. Mas na sequência, tivemos 15 dias de estiagem, algumas regiões um pouco mais, outras um pouco menos, o que deixou sequelas nas lavouras, isso é notório quando a gente anda nas lavouras”, afirma o presidente da Aprosoja Goiás, Adriano Barzotto.

Segundo a Aprosoja-GO, o município de Rio Verde foi um dos mais afetados pelo clima seco nesta safra, com 15 a 20 dias sem instabilidades.

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Foto: Flávia Macedo

“A soja sofreu mesmo. Foi bastante castigada com esse veranico e com as altas temperaturas que tiveram nesses dias”, confirma o diretor do Sindicato Rural do município, Celso Leão Ribeiro.

Mas nem todos os produtores estão tendo problemas com a seca e, não é porque choveu isoladamente na propriedade de George Zaidem (não choveu também), mas sim por conta de um manejo realizado antes do plantio da soja.

Ao invés de plantar o milho safrinha, o produtor resolveu fazer a cobertura com braquiária, que ajuda a descompactar e manter a umidade do solo.

“Tivemos uma irregularidade muito grande nas chuvas no início no estabelecimento da soja, algo que persiste até hoje. Temos uma grande vantagem com as plantas de coberturas, pois elas mantêm a umidade. Então, a gente consegue, com a mesma quantidade de chuva de um solo descoberto, um solo com uma quantidade grande de massa e com isso reter muito mais água, o que possibilita uma condição mais apropriada para as nossas plantas”, afirma o consultor técnico da fazenda, Diemerson Ragagnig.

Por essa razão a estimativa de produtividade na fazenda se mantém a mesma do início da safra, cerca de 70 sacas por hectare.

“A tecnologia é fundamental para você ter resultados positivos, não só nos produtos químicos, como também na sustentabilidade. Nós estamos usando pó de rocha, bioinsumos. Tudo dentro dentro da tecnologia, orientado e feito para tentar minimizar essas perdas”, diz o produtor Zaidem.

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