Aliança da Soja

Falta e excesso de chuva afetou produtividade da soja em PR, SC e BA

No Paraná, um dos estados mais afetados pela estiagem no ciclo 21/22, perdas foram de 43% da produção

Faltam os últimos talhões para a conclusão da colheita da safra 2021/22 de soja no Brasil. Com o término dos trabalhos, já é possível quantificar as perdas de uma temporada marcada pela seca nos estados do Sul. No Paraná, por exemplo, foram colhidas 12 milhões de toneladas, 43% abaixo do indicado nas estimativas iniciais.

De acordo com o analista de grãos do Deral-PR, Edmar Gervásio, a quebra se deve justamente à estiagem no estado. “Durante todo o ciclo da soja, que começou a ser plantada em setembro, ela veio sendo castigada com a falta de chuva que tivemos no estado. Já as chuvas que ocorreram vieram em um volume muito pequeno de água, o que fez com que as plantas não se desenvolvessem de forma ideal, reduzindo a produtividade que não superou os 2.500 quilos por hectare, enquanto o esperado, normalmente, é uma produção acima de 3.500 quilos por hectare em condições normais para a safra”.

Já em Santa Catarina, conforme o Levantamento de Monitoramento das Condições das Lavouras, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as baixas temperaturas e a incidência de nuvens prejudicaram a maturação da soja no estado, causando efeitos negativos na colheita.

Se a falta de umidade causa estragos, o excesso também é prejudicial. Na Bahia, a quantidade de chuva refletiu no peso do grão e só foi favorável para a semeada entre os meses de janeiro e fevereiro. “As primeiras sojas colhidas a partir de março foram menos produtivas do que a colhida mais no final por conta dos impactos do excesso de chuva. Apesar disso, só reduzimos em uma saca a nossa perspectiva de produtividade, de 67 sacas por hectare para 66”, conta o gerente de infraestrutura e agronegócio da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Luiz Stahlke.