Aliança da Soja

MT registra recorde no preço do frete rodoviário em fevereiro

Esalq-Log aponta que o trecho de Sorriso a Rondonópolis chegou a R$ 171,36 por tonelada

O avanço da colheita de soja em várias regiões do Brasil tem refletido na alta do preço do frete rodoviário. Um levantamento realizado pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-Log), mostra um aumento em vários estados.

Em Mato Grosso, por exemplo, considerando trajeto de Sorriso a Rondonópolis, o valor pago em fevereiro deste ano registrou recorde quando comparado ao mesmo período de 2021. A cotação chegou a R$ 171,36 por tonelada, alta de 26% ante o praticado no segundo mês do ano passado.

De acordo com o pesquisador da Esalq-Log Fernando Pauli di Bastiani, entre os principais fatores que puxaram essa alta foi o avanço da colheita adiantado acima da média se comparado às últimas cinco safras.

frete porto
Foto: Ivan Bueno/ APPA

“Na região Centro-Oeste, a gente já observou uma migração muito forte de veículos para fazer os trabalhos nas fazendas e isso motivou esses aumentos na demanda por transporte e, consequentemente, elevam o preço do frete. Além disso tem a questão dos combustíveis, que já perdura uma alta, o que, com certeza, vai impactar os patamares de fretes, que vêm se mostrando recordes em algumas rotas”, comenta.

Situação no Sul

No Rio Grande do Sul, o valor registrado em fevereiro não é recorde para a região, mas registrou alta expressiva de 170%. O valor saltou de R$ 41,99 para 113,50, comparando fevereiro de 2021/2022, partindo de Cruz Alta para Rio Grande.

Para o segundo semestre de 2022, o pesquisador acredita que o preço do frete rodoviário deve se manter em alta, puxado pela forte demanda do escoamento do milho segunda safra. “A expectativa, até agora, para o milho segunda safra é de uma safra recorde, diferentemente de 2021 quando houve uma quebra de safra e a produção ficou na casa dos 80 milhões de toneladas”, afirma Bastiani.

Segundo ele, os números apontam que, neste ano, o volume deve aumentar para cerca de 110 milhões de toneladas. “A gente deve observar um segundo pico muito elevado desses preços de frete a partir de junho, quando começam as atividades da colheita do milho, principalmente, na região Centro-Oeste que já está terminando de colher a soja”, completa.