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Mau uso da biotecnologia de sementes de soja pode onerar ainda mais o produtor

Advertência é do gerente executivo técnico da Cocamar, que também falou sobre pureza física e genética, potencial produtivo, germinação e vigor do insumo

Uma cultivar de soja de ciclo menor e resistente às pragas pode reduzir a necessidade de aplicação de defensivos agrícolas. Para tanto, o investimento em sementes de qualidade é primordial. De acordo com o gerente executivo técnico da Cocamar, Renato Watanabe, trata-se do principal insumo do produtor, visto que, diferentemente dos demais, é um ser vivo.

“Quando pensamos em qualidade de semente, temos alguns pilares, como pureza física e genética e, também, quando pensamos em potencial produtivo, estamos falando de germinação e, principalmente, de vigor. Esses pilares precisam ser mantidos durante uma cadeia produtiva que é extremamente longa, ou seja, quando o produtor recebe a semente, muito trabalho já foi feito por outros produtores de empresas, por exemplo, de melhoramento genético […]”, constata.

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Semente de soja. Foto: Daniel Popov

De acordo com ele, a semente de soja pode ser comparada ao chip de um computador, que traz diversas informações das características que a planta vai expressar em todo o seu ciclo. Assim, com o advento da biotecnologia, ferramentas como a resistência a pragas e herbicidas ajudam no manejo e reduzem o número de aplicações de inseticidas e, além disso, melhoram o controle de plantas daninhas. “Porém, isso precisa ser muito bem utilizado pelos produtores porque o mau uso ou a simplificação dessas tecnologias fazem com que, ao longo do tempo, elas percam eficácia e voltem a onerar os custos de nossos produtores“, enfatiza Watanabe.

Tratamento de sementes

O gerente executivo técnico da Cocamar salienta que pelo custo e pela importância da semente, o tratamento é imprescindível, seja no campo ou na indústria. De acordo com ele, apesar de os dois métodos serem adotados pelos produtores, o realizado industrialmente é sempre mais efetivo.

Watanabe lembra que as máquinas responsáveis por esse processo permitem que a dosagem do princípio ativo em cada grão seja bem mais uniforme, além de proporcionarem a quantidade adequada de calda. “Normalmente, os insumos utilizados para o tratamento de semente são extremamente concentrados, então para o produtor fazer isso em sua propriedade sempre causa riscos de contaminação não apenas por parte de quem está fazendo o tratamento, mas também na hora de fazer o descarte das embalagens”, lembra.