Agronomia Sustentável

Agronomia Sustentável mostra a força do cooperativismo

O quinto episódio do Agronomia Sustentável destaca a história de profissionais, e de como o trabalho deles impactam no dia a dia das pessoas

O primeiro conceito de cooperativismo nasceu em 1844 no interior da Inglaterra quando um grupo de trabalhadores, sem dinheiro para comprar no comércio local, decidiu montar o seu próprio armazém. Já no Brasil, existe desde a época da colonização portuguesa. O quinto episódio da terceira temporada do programa Agronomia Sustentável se debruçou no assunto para mostrar a importância e expansão deste modelo de negócio tão presente na agropecuária nacional.

O estado do Paraná é uma referência nacional no tema. Por lá, existem 216 cooperativas filiadas ao Sistema Ocepar, que incluem nove segmentos e congregam 2,7 milhões cooperados, gerando 125 mil empregos diretos. No ano anterior, o faturamento foi de R$ 151,9 bilhões, 31% superior ao registrado em 2020. Apenas no setor agropecuário são 60 cooperativas que abrangem profissionais de diferentes áreas da engenharia.

O superintendente do Sistema Ocepar, Robson Mafioletti, destaca que os trabalhadores da agronomia são a maioria nas cooperativas. “São mais de dois mil profissionais da área que levam assistência técnica, pesquisa, melhoramento e toda a agricultura de precisão junto aos nossos cooperados, ou seja, tudo o que há de melhor na agricultura mundial os nossos cooperados têm acesso. Este é um conceito que sempre trabalhamos: cuidar muito bem das pessoas, da governança de nossa empresa e, principalmente, da área ambiental”, afirma.

A Coamo, por exemplo, localizada em Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná, se consolidou como a maior cooperativa agrícola da América Latina. Em 2021, recebeu mais de 7,5 milhões de toneladas de grãos, representando 3,1% de toda a produção nacional. A cooperativa emprega 280 agrônomos nos entrepostos espalhados por 100 municípios do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.

“Cada município tem vários agrônomos e eles orientam do plantio à colheita. A evolução tem sido muito boa e os resultados também”, sintetiza o presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini. Já o engenheiro agrônomo da Coamo, Philipp Naoki Yokoyama trocou o campo pelo escritório para acompanhar as movimentações do mercado físico e do futuro das commodities comercializadas pela cooperativa.

“Temos de acompanhar tanto as tendências de mercado para acompanhar o melhor momento de compra possível, assim como na parte da venda, em que temos de saber como rentabilizar o máximo possível aquele produto que o produtor teve tanto trabalho no campo para produzir e trazer para a cooperativa”, conta.

No entanto, dentro de uma cooperativa, não é apenas o agrônomo que se destaca. Outras engenharias fazem parte deste universo, como a civil. “Dentro do contexto agroindustrial, para que as unidades e os complexos industriais consigam acompanhar o crescimento da produção de grãos e o agronegócio como um todo, precisam passar por um processo de melhoria, de modernização e a engenharia civil está intimamente ligada a este meio. São as obras civis que criam a infraestrutura para instalar os equipamentos e as demais tecnologias para acompanhar esse crescimento da economia do agronegócio”, diz o engenheiro civil Raul Pinheiro Dias, da Coamo.

Já a Cocamar, de Maringá, Paraná, atua em 40 entrepostos, com 97 unidades operacionais espalhadas em São Paulo e Mato Grosso do Sul, além de no estado paranaense. A cooperativa conta com mais de 16 mil associados que atuam com a produção de soja, milho, trigo, café e laranja. “Hoje temos um papel muito importante onde a Cocamar chega que é a geração de emprego e renda e recolhimento de tributos para os municípios”, diz o engenheiro agrícola Dérick Gancedo Ruzon. Segundo ele, a maioria das regiões onde a Cocamar está situada vive do agronegócio.

“São municípios pequenos, a maioria com até 15 mil habitantes. Então se leva toda a parte de difusão de tecnologias, informação e tudo aquilo que há de mais moderno no setor de armazenagem de grãos e se traz, ainda, a inclusão social dessas pessoas para dentro das cooperativas”, explica.

O presidente do Crea-PR, Ricardo Rocha, salienta que convide de perto com a realidade das cooperativas. “É possível dizer que [as cooperativas] são uma inovação organizacional. É uma integração dos produtores com a produção de sementes, com os insumos, com a entrega para as cooperativas, com a inserção de tecnologia com a agregação de valor aos produtos. O cooperativismo tem tudo a ver conosco, já que o Crea é baseado no associativismo, então somos muito inseridos nesta discussão”. destaca.