Agronegócio

Batata-doce adaptada pode ser usada na produção de etanol

A partir do melhoramento genético da raiz, engenheiro agrônomo do Tocantins explora novos potenciais da planta. Esta é uma das histórias contadas em novo episódio da série Agronomia Sustentável

No primeiro episódio da segunda temporada do Agronomia Sustentável, conversamos com um engenheiro agrônomo que encontrou na batata-doce um potencial na produção de etanol

Produção de etanol a partir de batata-doce, o trabalho de meteorologia voltada para o agro e o uso da técnica da rochagem para recuperar o solo são algumas das atuações de engenheiros agrônomos em Palmas, no Tocantins.

Palmas, Tocantins
Palmas, Tocantins. Foto: divulgação

A capital mais jovem do país foi a primeira parada da segunda temporada da série Agronomia Sustentável. O programa foi exibido neste sábado, 7, e trouxe ainda as histórias de profissionais que se dedicam a fiscalizar e incentivar o exercício profissional da agronomia.

Os personagens desse episódio ajudam a construir o agro de um estado no qual 98% das exportações são provenientes do setor, considerando os dados de 2020. Antônio Alexandre Bizão é um deles. O engenheiro agrônomo é conhecedor e estudioso de pó de rocha, muito utilizado na adubação.

Ele mostrou como o trabalho com as técnicas da agronomia afetam a redução de custos de produção. Formado em Agronomia na Universidade Federal de Viçosa, além de consultor na área de rochagem, o profissional também é pesquisador na área. “Com a aplicação do pó de rocha, eu vou remineralizar o meu solo; vou condicionar o meu solo com o pó de rocha, levando uma melhor eficiência do fertilizante químico”, conta Bizão.

Já do outro lado da capital, a equipe do Agronomia Sustentável encontrou o engenheiro agrônomo Alexandre Barreto, que atua na agrometeorologia. O clima e o tempo fazem parte da rotina do profissional que está há mais de dez anos na área.

“As informações meteorológicas têm uma importância muito grande, que vão dar subsídio para o agricultor tomar uma determinada decisão. Nós sabemos que 50% da produtividade das culturas depende do clima”, destaca Barreto.

Atuar em políticas públicas no agronegócio no Tocantins e no zoneamento de risco climático são algumas atribuições do engenheiro agrônomo Thadeu Teixeira Júnior. “Ele tem que seguir os passos do zoneamento, ou seja, saber qual a variedade para determinado local, qual é a época de plantio e quais os tipos de solo também que podem ser cultivados com aquela determinada variedade”, informa.

Márcio da Silveira, professor e pesquisador da Universidade Federal do Tocantins, desenvolveu a técnica para produção de etanol a partir do melhoramento genético da batata-doce. Na sua trajetória profissional só tinha uma certeza: que na agronomia poderia fazer a diferença. Para isso, Márcio montou uma usina na universidade onde conseguiu um bom resultado de produtividade. Com uma tonelada da raiz é possível produzir 160 litros do biocombustível. Como comparação, uma tonelada de cana-de-açúcar rende 80 litros de etanol.

O sonho do engenheiro agrônomo vai além da pesquisa. “Hoje, eu considero a batata-doce não mais uma cultura de subsistência, mas uma cultura com potencial industrial. E nós conseguimos fechar o pacote tecnológico. O que nós fizemos foi associar alguns conhecimentos, sobretudo das variedades desenvolvidas”, afirma Silveira.

Exercício profissional

Atualmente, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Tocantins (Crea-TO) conta com 1.017 engenheiros ativos. A agrônoma Leocassia Tavares, por exemplo, trabalha com revenda de insumos, uma posição que vai além da comercialização do produto. “Leva todo um pacote. Leva o conhecimento. Leva segurança. Leva uma tecnologia e leva a uma alta produtividade”, relata.

“A gente não vive sem a cidade e a cidade não vive sem o campo. Isso é o fato. Nós somos interligados. É como se fosse a raiz de uma árvore, não tem como se desligar uma coisa da outra, né?”, pontua o Coordenador de Câmara Especializadas de Agronomia, Rafael Massaro.

O programa Agronomia Sustentável mostra a conexão do rural com o urbano para destacar a presença e responsabilidade econômica e social da agronomia. A série é uma parceria do Canal Rural com o Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia) e Creas exibida todos os sábados às 9h, com reprise aos domingos, às 7h30.

No próximo episódio, você vai acompanhar a diversidade do exercício profissional dos engenheiros agrônomos na capital federal, caso da compostagem e paisagismo. É no próximo sábado, 14, às 9h.