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Cúpula dos Alimentos e COP26: Benedito Rosa comenta agenda do setor

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, encontrou-se ontem (4) com o britânico Alok Sharma, presidente da próxima Conferência do Clima da ONU, que acontece em Glasgow, na Escócia, em novembro

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, encontrou-se ontem com o britânico Alok Sharma, presidente da próxima Conferência do Clima da ONU (COP26), que acontece em Glasgow, na Escócia, em novembro.

Dentre os temas abordados, os representantes discutiram o compromisso firmado para erradicar o desmatamento ilegal até 2030 e tornar o país neutro em emissão de carbono até 2050, reforçando a responsabilidade brasileira com a sustentabilidade.

Quem comenta a imagem do setor de agronegócios nacional, com vistas também à Cúpula dos Sistemas Alimentares das Nações Unidas, que será realizada em setembro, em Nova Iorque, é o comentarista do Canal Rural Benedito Rosa:

“Infelizmente, a imagem da agricultura brasileira na área ambiental não é das melhores. Injustamente: na área agrícola, temos um modelo de produção e um Código Florestal que são os mais avançados do mundo. E nem assim nos reconhecem. É verdade que temos problemas com o desmatamento ilegal e, por isso, uma das metas que o governo está estabelecendo é zerar o desmatamento ilegal até 2030. Esse compromisso foi assumido na conferência organizada pelo presidente dos EUA, Joe Biden”, analisa Rosa.

“Não basta que a agricultura brasileira seja sustentável. Nós temos que mostrar isso para o mundo. A ministra Tereza Cristina tem trabalhado nessa direção. E nada melhor que as conferências para isso, a própria COP26, a reunião da ONU sobre Sistemas Alimentares e também o encontro do G20 que terá como tema os desequilíbrios climáticos. São oportunidades para mostrar os programas bons que nós temos em um cenário propositivo e, como afirmou o presidente Jair Bolsonaro na conferência do Joe Biden, dizer que estamos contando com financiamento internacional”, observa o comentarista.

“Do ponto de vista comercial, é uma questão muito sensível. O consumidor, em países da Europa, quer influir, influenciar. Então ele deixa de consumir produtos de determinadas marcas, origens, países e empresas. Por isso que os fundos de investimento e as empresas desses países pressionam governos como o do Brasil para adotar tecnologias sustentáveis e mudar o modelo de produção e, inclusive, a matriz energética. É nessa hora que a nossa economia fica muito sensibilizada. Existem, no mundo, algo em torno de US$ 35 trilhões em fundos de investimentos. Eles direcionam esses investimentos conforme as condições de mercado e sua receptividade. É nessa hora que países como o Brasil podem ser prejudicados”, acrescenta.

“Todos esses temas estão na agenda e precisam ser discutidos com prioridade seja pelos governos, pelas entidades privadas e na ação responsável dos agricultores”, conclui Rosa.