Após disparar, dólar encerra em leve alta de 0,17%

Dia foi de forte volatilidade, com câmbio chegando à máxima de R$ 3,43 

Fonte: AP

O dólar comercial encerrou em alta de 0,17%, cotado a R$ 3,3700 para venda, nesta terça, dia 28, com forte volatilidade no mercado brasileiro. Esta é a quinta sessão seguida de valorização da moeda. A cotação da divisa norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,3450 e a máxima de 3,4350 – o maior nível desde 24 de março de 2003, quando a moeda atingiu R$ 3,46380 na máxima da sessão.

Segundo Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos, o dólar disparou logo após a agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) rebaixar a perspectiva de rating soberano do Brasil para negativa, mantendo a nota em BBB-.

– No entanto, a ação já era mais ou menos esperada, então o mercado foi digerindo ao longo do dia e reduzindo o ritmo de alta – diz.

Petrassi destaca ainda que o mercado continuará atento nos próximos dias, uma vez que outras agências de classificação de risco podem “pegar carona” na S&P e tomar ações semelhantes em relação ao rating do Brasil, gerando mais aversão ao risco.

Para Mauriciano Cavalcante, diretor de operações de câmbio do Grupo Ourominas, a decisão da S&P deixou os investidores nervosos, causando um aumento na especulação que puxou a taxa para cima num movimento de proteção. No entanto, Cavalcante destaca que, precificado o susto, o mercado teve espaço para devolver um pouco da alta.

Ibovespa

Após sete pregões de queda consecutiva em que acumulou perdas de 8%, o Ibovespa encerrou a sessão de hoje com alta de 1,78% a 49.601 pontos, num movimento de repique técnico, apesar do parecer da S&P. 

– A conjuntura interna não vai bem e essa percepção do mercado não mudou, mas depois da sequência de quedas o repique técnico era esperado – diz Ricardo Zeno, sócio-diretor da AZ Investimentos.

Para João Pedro Brügger, analista da Leme Investimentos, além da questão da correção técnica do índice, a alta do dólar e o mercado externo mais calmo hoje favoreceram o repique.

– Essa alta mantida mesmo após a S&P alterar a perspectiva para negativa é até surpreendente, mas com sete quedas consecutivas a leitura é que o movimento já havia sido antecipado e com o dólar em alta alguns ativos ficaram mais atrativos. As bolsas externas melhores abriram espaço para essa recuperação pontual – diz Brügger.