Café: clima e juros nos EUA pressionam preços

Combinação dos dois fatores traz cenário de baixa para cotação do grão no exterior e produtor deve ficar alerta

Fonte: Pixabay

O mercado de café está monitorando a possibilidade de alta dos juros dos Estados Unidos e as condições climáticas no Brasil. Se combinados os dois fatores, pode haver uma derrocada nas cotações do café arábica na Bolsa de Nova York. Para o analista de mercado da Maros Corretora Marcus Magalhães, ainda é cedo para cravar um cenário, mas essa situação precisar entrar no radar do agricultor.
 
“O aumento na taxa de juros nos Estados Unidos tende a sugar capitais especulativos do mercado. Além disso, uma previsão de setembro mais úmido nas regiões produtoras dá uma boa perspectiva ao mercado. Com isso, o café perde sustentação de preços e pode ocorrer uma turbulência no mercado”, explica.
 
O mercado físico brasileiro de café teve uma quarta-feira de preços mais baixos. As cotações foram pressionadas pelas perdas do arábica na Bolsa de Nova York e do robusta em Londres. Houve movimento de negócios no país na parte da manhã, mas depois o mercado travou.
 
Café arábica em Nova York (centavos por libra-peso)
Setembro/16: 142,15 (-3,15 pontos)
Março/17: 146,30 (-4,15 pontos)
 
Café conilon (robusta) em Londres (US$ por tonelada)
Setembro/16: 1779,00 (-12,00 dólares)
Novembro/16: 1810,00 (-11,00 dólares)
 
Café no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Arábica/bebida boa: Sul de MG: 485-495
Arábica/bebida boa: Cerrado de MG: 490-500
Arábica/rio tipo 7: Zona da Mata de MG: 405-410
Conilon/tipo 7: Vitória (ES): 418-423
 
Soja
 
O mercado brasileiro de soja teve uma quarta-feira sem movimentação, com dólar e Chicago recuando e afastando os negociadores. O comportamento dos preços variou de região para região, mas as cotações seguem nominais. A estagnação do mercado já preocupa também na questão dos fretes, com o movimento bastante reduzido nos últimos dias.
 
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam com preços mais baixos. A previsão de chuvas para o Meio Oeste dos Estados Unidos, favorecendo as lavouras, pesou sobre os preços.
 
Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Novembro/16: 10,30 (-3,50 centavos)
Março/17: 10,03 (-7,25 centavos)
 
Soja no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Passo Fundo (RS): 80,00
Cascavel (PR): 79,00
Rondonópolis (MT): 77,50
Dourados (MS): 74,50
Porto de Paranaguá (PR): 84,00
Porto de Rio Grande (RS): 83,00
 
Milho
 
O mercado de milho do Brasil manteve ritmo calmo na comercialização nesta quarta-feira. As cooperativas tentam reduzir o preço de balcão, sem a plena aceitação por parte dos produtores, que preferem não fixar nesse momento. Muitos compradores ainda se deparam com estoques encurtados, o que pode mudar a dinâmica do mercado no curto prazo, aponta o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
 
A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou as operações do dia com preços mais baixos. Em uma sessão marcada por volatilidade, o mercado reverteu os ganhos registrados mais cedo em meio às condições de clima favorável ao desenvolvimento das lavouras de milho no cinturão produtor dos EUA. A previsão é de que a região siga recebendo chuvas nas próximas semanas.
 
Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) (US$ por bushel)
Setembro/16: 3,27 (+1,00 centavos)
Maio/17: 3,52 (+1,00 centavos)

Milho no mercado físico (R$ por saca de 60 kg)
Rio Grande do Sul: 50,00
Paraná: 40,00
Campinas (SP): 46,00
Mato Grosso: 31,00
Porto de Santos (SP): 44,00
Porto de Paranaguá (PR): 43,00
 
Dólar e Bovespa
 
A moeda norte-americana desvalorizou 0,2% no pregão desta quarta, cotada em R$3,224. O índice Bovespa também caiu, com baixa de 0,52%, aos 57.717 pontos.