Porto de Santos vai inaugurar hidrovia para diminuir trânsito de veículos

Serão 17 quilômetros entre Cubatão e os terminais do porto de Santos, que devem diminuir ainda mais a fila de caminhões no terminal

Fonte: Codesp/divulgação

O porto de Santos bateu recorde de movimentação de cargas em 2017 e se consolidou como maior porto exportador de grãos do país. Aproximadamente 114 milhões de toneladas de produtos foram movimentadas pelos terminais santistas e, para 2018, o terminal vai ganhar uma hidrovia que vai diminuir ainda mais o tráfego rodoviário.

O Brasil deve exportar 111 milhões de tonelada neste ano que acaba de começar, de acordo com a projeção do Ministério da Agricultura e, mais uma vez, o porto de Santos terá maior participação no escoamento da safra. Em 2017, foram exportadas 16,5 milhões de toneladas de soja e quase 14 milhões de toneladas de milh pelo porto.Os terminais de cargas santistas devem manter a grande movimentação de grãos nos próximos anos, mas portos do Norte do país podem aumentar a participação, absorvendo uma parcela maior da produção de Mato Grosso.

“O crescimento desta safra, principalmente no Mato Grosso, vai ser exportado pelo Norte, quando for concluída uma logística de escoamento de trens e de caminhões para os portos de Barcarena, Santana e Santarém. Nós não vamos exportar pelo Sul, pois a distância que se percorre do norte de Mato Grosso até Santos é de cerca de 2 mil quilômetros e esse reforço dos outros portos será bom, até porque Santos não tem condições de exportar tudo”, disse  o secretário substituto de Políticas Agrícolas do Ministério da Agricultura, Sávio Rafael Pereira.

Representantes de órgãos governamentais e de empresas que atuam no porto de Santos participaram de um fórum sobre a safra 2018. O atraso da colheita e a possível concentração da produção a partir de fevereiro não devem trazer problemas para a logística portuária.

“Apesar do atraso no plantio, a comercialização está atrasada e os produtores estão vendendo menos porque estão com a expectativa de um preço maior lá na frente. Então, não acredito que vá ter problema”, disse Sávio.

As filas de caminhões na chegada ao porto de Santos eram comuns no período do escoamento da safra de grãos, mas nos últimos dois anos o problema foi amenizado com o sistema de agendamento de cargas nos terminais. A novidade para 2018, é que o tráfego rodoviário tende a ficar cada vez menos intenso na área portuária com a implantação de uma hidrovia para o transporte de contêineres.

“No início, serão 17 quilômetros entre Cubatão e os terminais do porto de Santos. Este trajeto já está todo sinalizado, mas neste ano nós vamos lançar um modal hidroviário. Isto vai melhorar a performance no agronegócio e nós vamos abrir mais espaço para receber a carga do agro, já que cerca de 43% da movimentação do porto é baseada no agronegócio. Então, é um peso relevante e nós temos que estar preocupados com ele”, disse o diretor presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Alex Oliva.