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Entidades do agro defendem moratória para queimadas; entenda

O Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles informou ao Canal Rural que o governo federal vai publicar na próxima semana medidas que limitam as queimadas em todo país por 120 dias

A Somar Meteorologia informa que o Brasil Central atravessa em julho um dos meses de seu período seco. Os índices de umidade do ar estão em níveis baixos com a combinação da falta de chuva e das altas temperaturas. Essa condição, ainda que seja favorável a quem ainda está colhendo, aumenta o risco de queimadas e, para tentar minimizar os danos à imagem do Brasil, o governo promete ser mais rígido. “Na Amazônia e no pantanal será mais restritivo”, disse o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

 

 

O presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Marcello Britto, vê a medida como excelente e como a continuidade a um processo iniciado ano passado, em que houve bastante estresse com aumento das queimadas. 

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Bartolomeu Braz, concorda com Britto e ressalta que o setor já faz a moratória há muito tempo, inclusive com parcerias com Estados e suporte às brigadas contra incêndio. Braz disse que as queimadas geralmente vêm de produtores pequenos, da agricultura de subsistência, que ainda não tem tecnologia suficiente para controlar os focos de incêndio. 

É preciso comunicar para evitar boicotes

O presidente da Abag não acredita que países ou grandes empresas tomarão medidas gerais de boicote em relação a produtos brasileiros. Brito projeta que eventuais atuações nesse sentido impactariam produtos e destinos específicos e que é preciso ver o agronegócio como um complexo que atende grandes mercados globais. 

O presidente da Aprosoja Brasil concorda, mas ressalta que é preciso trabalhar de maneira conjunta com o governo para controlar as queimadas e comunicar isso da melhor maneira ao exterior. Com a melhora da imagem do país lá fora, esse risco de boicote estaria limitado. 

Marcelo Britto analisa que no momento o Brasil não tem maturidade econômica e social para rediscutir o desmatamento legal. Ele avalia que o país tem muito a construir e que possui uma legislação avançada, mas que ainda é preciso que a implementação do Código Florestal seja completada.

Bartolomeu Braz também ressalta a total contrariedade ao desmatamento ilegal. Ele destaca que os grandes produtores já se adequaram ao Código Florestal e por isso estão adaptados às normas internacionais. Em relação ao desmatamento legal, Braz defende desde que o produtor esteja regularizado e de acordo com a legislação.