Agronegócio

Miguel Daoud analisa MP que autoriza venda direta de etanol

Na avaliação do comentarista, a medida provisória pode, na verdade, aumentar o preço do etanol e ainda impactar nos impostos estaduais

O presidente Jair Bolsonaro editou nesta quarta, 11, uma Medida Provisória autorizando a venda direta de etanol por produtores ou importadores do combustível a revendedores varejistas, como postos de combustíveis. Com isso, fica dispensada a intermediação de agentes distribuidores, obrigatória até então.

Segundo o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, o Brasil produz hoje mais de 30 milhões de litros de etanol. O Centro-Oeste e Sudeste produzem 90% e tem uma malha de distribuição favorável. O etanol de milho do Centro-Oeste representa nem perto de 10%.

“Essa reivindicação é antiga dos produtores do Nordeste, onde você tem uma produção de 1,5 bilhão de litros de etanol. Ai sim você tem o passeio do etanol, porque as distâncias ainda são consideráveis.” afirma Daoud.

A produção de etanol no Sudeste, onde tem uma grande distribuição, não faz uma grande rota. Hoje as usinas têm um incentivo a produção, para Daoud essa Medida Provisória acaba mexendo muito na estrutura de distribuição.

“É uma situação que vai dar muita discussão em função dos prós e contras que essa medida tem. Isso é importante a gente entender, pois é muito difícil. Na minha opinião pode aumentar o preço do etanol e obrigar os estados a decidirem os impostos a serem cobrados.” comenta Daoud.

A MP tem um prazo de validade de 4 meses para entrar em vigor para adequação caso seja aprovada.