Brasil vai ajudar Moçambique em estudo para produção de biocombustíveis

Trabalho será conduzido por técnicos da Fundação Getulio Vargas e financiado pela mineradora ValeBrasil, União Europeia e Moçambique anunciaram nesta sexta, dia 25, o início de estudos conjuntos para determinar o potencial do território moçambicano para produzir biocombustíveis. Será o primeiro país africano a se beneficiar da cooperação, que pretende auxiliar na implementação de projetos nesse setor em várias partes do continente.

? Esperamos que esse projeto contribua para criar um mercado mundial de biocombustíveis. Biocombustíveis são uma benção ? disse o embaixador André Amado, subsecretário de Energia e Alta Tecnologia do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, durante a cerimônia de lançamento, na capital Maputo.

O trabalho será conduzido por técnicos da Fundação Getulio Vargas e financiado pela mineradora Vale, ambas brasileiras. O projeto estava previsto desde a assinatura de um uma declaração conjunta, em julho do ano passado.

Moçambique estuda como produzir e usar biocombustíveis em larga escala desde 2007. Dois anos depois, o país aprovou a Estratégia Nacional para o setor, que será majoritariamente explorado por investidores privados. Segundo o ministro de energia de Moçambique, ainda este ano deve ser aprovada a lei que obriga a misturar álcool à gasolina e biodiesel ao óleo diesel.

? Será uma forma de criar o mercado ? afirmou Salvador Namburete.

De acordo com o ministro, a regra vai determinar um prazo para a adoção da mistura. Também vai estipular que, caso ainda não haja produção nacional suficiente, Moçambique deverá importar biocombustível para completar a porcentagem.

? Acredito ser possível comprarmos viaturas [automóveis] com motor flexível, produzidos no Brasil, por exemplo ? disse.

Para Namburete, “o biocombustível é o caminho”, por conta da nova escalada nos preços do petróleo com a crise política nos países produtores, como a Líbia.

O representante do governo brasileiro reforçou que o biocombustível não compete com a produção de alimentos, porque sua produtividade é muito alta.

? Mas é preciso ser responsável na aplicação, levando em conta as particularidades locais, sem simplesmente repetir o que funcionou em um país no outro ? disse André Amado.