Crise política no Egito pode prejudicar comércio com Brasil no curto prazo

Egito vive dias de turbulência, com pressão popular para que o presidente, Hosni Mubarak, renuncie ao cargoO Brasil exportou no ano passado US$ 12,57 bilhões para os países árabes, 34% a mais que em 2009. O valor, recorde histórico, ficou bem acima do que o país gastou com importações, que somaram US 6,96 bilhões (aumento de 33%). Na lista dos países árabes que mais compraram do Brasil no ano passado, a Arábia Saudita é a líder com US$ 3,09 bilhões (59% a mais que em 2009), seguida pelo Egito, com US 1,97 bilhão (aumento de 36%).

Na avaliação do presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Salim Taufic Schahin, a tendência é de crescimento ainda maior das relações comerciais nos próximos anos. Ele prevê para este ano expansão de 15%, que “pode até ser conservadora”.

No entanto, Schahin considera prematuro fazer previsões sobre o impacto da crise política do Egito nas relações comerciais com o Brasil. O Egito vive dias de turbulência, com uma pressão popular cada vez maior para que o presidente, Hosni Mubarak, renuncie ao cargo que ocupa há 30 anos.

? Acredito que as relações do Brasil com o Egito na área comercial vão se intensificar no longo prazo. Já no curto prazo, é claro que uma ruptura institucional [no Egito] pode atrapalhar um pouco. O mundo pressiona por uma saída pacífica para a crise.

Dados da câmara de comércio mostram que o Brasil compra do Egito, principalmente, petróleo e fertilizantes. Só em fertilizantes egípcios, o Brasil gastou US$ 99 milhões dos US$ 168 milhões exportados para o Brasil no ano passado. No sentido oposto, o Brasil manda para o Egito, principalmente, minério de ferro, açúcar e carnes bovinas e de aves.

De acordo com Schahim, existe grande interesse dos países árabes em aumentar os investimentos no Brasil, em especial, na produção de alimentos, já que eles têm alta dependência da oferta externa de comida.