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Em Iowa, brasileiro mostra como genética poupou lavouras de milho em tempestade

O técnico em agropecuária André Reichert enviou um vídeo para o Canal Rural mostrando os estragos no estado mais afetado pela instabilidade climática

Uma forte tempestade deixou rastros de destruição em cidades agrícolas dos Estados Unidos desde a última segunda-feira, 10. Um fenômeno chamado de ‘Derecho’ – uma linha de instabilidade associada a frente fria – avançou pelo Meio-Oeste do país, gerando ventos fortes, destruindo lavouras e acamando plantações de milho.

O técnico em agropecuária brasileiro André Reichert está em Iowa fazendo um estágio e enviou um vídeo para o Canal Rural mostrando os estragos no estado mais afetado pela instabilidade climática. Ele relata que passou por várias propriedades e viu de perto os prejuízos, principalmente nas lavouras de milho.

“Aconteceu quase que uma catástrofe na região. Essa é a segunda tempestade que estão enfrentando e, dessa vez, vai ser mais difícil para o milho se recuperar, por causa da proximidade com a colheita”, disse.

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Foto: Jim Smith/arquivo pessoal

Na imagem, é possível ver a diferença de talhões que usaram milhos mais resistentes a esse tipo de evento climático. Nesse caso, a plantação ficou bem menos danificada. “A genética desse milho faz com que ele tenha um talo mais robusto, e o porte dele é mediano, não tão alto. Sendo mais flexível diante de ventos fortes”, disse.

A lavoura que utilizou uma genética que não é preparada para vendaval, segundo mostrou o brasileiro, possui espigas mais pesadas e caules mais longos, o que propicia o acamamento.

“Essas lavouras foram praticamente perdidas, mas as que possuem um milho diferenciado poderão ter algum tipo de recuperação. O milho já está no estágio de maturação para enchimento de grãos, a quatro semanas do início do trabalho de colheitas”, afirmou Reichert.

A expectativa é de uma safra muito boa nos Estados Unidos, mesmo com a pandemia e eventos climáticos como o desta semana. “Ninguém esperava por isso, mas agricultura é uma atividade de alto risco. Quase 100% da área cultivada é coberta por seguro, ao contrário do Brasil. O que estimamos é um dano de 43% de dano em soja e milho nessas cidades atingidas”, disse.

A diferença para as lavouras de milho e soja é que, no caso da soja, o acamamento foi menor, já que as plantas são mais baixas, e a expectativa é de recuperação da produção. “O único problema que os sojicultores vão enfrentar é o de danos nos maquinários e estruturais. Houve danos em galpões, pedaços de silos voando e até casas”, completou o brasileiro.