Mercado de máquinas agrícolas apresenta recuperação no Rio Grande do Sul

Programas governamentais ajudaram na reaçãoAs vendas de máquinas agrícolas produzidas no Rio Grande do Sul recuperaram-se em 2010 depois da estagnação do mercado há dois anos. Maiores fabricantes desses veículos no Estado, as norte-americanas AGCO e John Deere demitiram cerca de mil trabalhadores entre o final de 2008 e o início de 2009. Prejudicadas pela retração do mercado interno, pela paralisação dos pedidos de clientes no Exterior e pela seca histórica na Argentina, principal destino das exportações gaúchas, as vendas de colheitadei

A reação veio em 2009 com o Mais Alimentos, programa de incentivo à mecanização da agricultura familiar, e o Programa de Sustentação dos Investimentos (PSI), com juros reduzidos para produtores. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) indicam que os fabricantes gaúchos produziram, até maio, 18% tratores a mais do que no intervalo equivalente em 2008.

? Hoje, estamos acima do pré-crise ? diz o diretor de produtos da AGCO para a América Latina, Jak Torretta, que contabiliza no semestre um faturamento 10% acima do mesmo período de 2008 e um quadro de 2,6 mil funcionários, 90 a menos do que 2008.

Para Werner Santos, diretor de vendas da concorrente John Deere, apesar da retomada do nível de atividade, a tendência é frear as contratações.

? Devemos ter um La Niña (fenômeno que costuma causar seca no Sul do Brasil e Argentina) e não sabemos quem será o próximo presidente (da República) ? pondera Santos.