Milho da Monsanto está perdendo a resistência contra insetos, diz pesquisa norte-americana

Segundo informações divulgadas pelo jornal The Wall Street, constatação foi feita em quatro plantações no nordeste do Estado de Iowa, nos Estados UnidosPlantas de milho da companhia norte-americana Monsanto, modificadas geneticamente para impedir a ação destrutiva de um tipo de broca, estão sendo atacadas por coleópteros em algumas plantações. Segundo informações publicadas pelo jornal The Wall Street nessa segunda, dia 29, o entomologista da Iowa State University (ISU), Aaron Gassmann, descobriu, em quatro plantações no nordeste do Estado de Iowa, nos Estados Unidos, que a broca do milho evoluiu e passou a resistir ao pesticida que a planta al

Segundo Gassmann, isso poderia fazer com que alguns produtores começassem a utilizar sementes à prova de insetos fabricadas pelos concorrentes da Monsanto e retornassem a pulverizar inseticidas nas plantações.

De acordo com a reportagem, esta é primeira vez que uma das principais pragas que acometem o milho desenvolveu resistência a uma plantação geneticamente modificada. As plantas de milho da Monsanto são amplamente cultivadas.

A descoberta traz preocupações sobre a forma como alguns produtores estão utilizando as culturas geneticamente modificadas e como isso poderia gerar os superinsetos. As sementes transgênicas têm maior produtividade e também são alternativas ao uso de herbicidas, que são tóxicos ao meio ambiente e aos trabalhadores das lavouras.

Estes são casos isolados e não está claro em qual ponto este problema vai chegar. Mas é um aviso de que as práticas de gerenciamento precisam ser mudadas, declara Aaron Gassmann.

Segundo o jornal, os resultados encontrados aumentam a disputa entre companhias de biotenologia para localizar a próxima geração de genes que pode proteger as plantas dos insetos.

Ainda de acordo com a matéria, a Monsanto alega que suas linhas de sementes de milho resistentes a broca têm funcionado conforme o esperado em mais de 99% das áreas plantadas que utilizam essa tecnologia e que é anda cedo para saber qual o significado do estudo da ISU para os produtores.

A descoberta chega em meio a um debate sobre se as culturas geneticamente modificadas, que são cultivadas em grande parte do cinturão agrícola americano, estão mudando negativamente as formas como os produtores trabalham.

A Monsanto se tornou, em 2003, a primeira companhia a vender semente de milho geneticamente modificado resistente a broca.

Segundo o jornal The Wall Street, caso fique provado que as plantações de milho transgênicas da companhia estejam perdendo de fato a eficiência contra a broca, verificam-se algumas questões preocupantes imediatas: a própria broca, que, resistente, voltará a ser uma praga devastadora, colocando um terço das plantações do maior produtor mundial de milho em sério risco. Por conta disso, poderá haver o retorno à utilização de herbicidas, para a Monsanto, o risco imediato seria uma possível queda no preço de suas ações.

A Monsanto diz que em 2010 obteve uma receita de US$ 4,26 bilhões com a venda de sementes de milho e biotecnologia, aproximadamente 40% de sua receita total.