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Autoridade egípcia espera remover em breve navio encalhado no Canal de Suez; veja imagens de satélite detalhadas

Dragas já retiraram 27 mil metros cúbicos de areia para tentar liberar porta-contêineres de 400 metros; novos rebocadores chegaram ao local neste domingo

navio encalhado no Canal de Suez
Imagem do navio Ever Given encalhado no Canal de Suez. Foto: Maxar Technologies

A Autoridade do Canal de Suez (SCA), entidade do governo egípcio que administra a passagem marítima entre os mares Vermelho e Mediterrâneio, informou neste domingo, 28, que espera remover em breve meganavio Ever Given, que está encalhado no local desde a última terça-feira, 23.

Dragas que se encontram no canal já teriam retirado 27 mil metros cúbicos de areia para tentar liberar o porta-contêineres de 400 metros de comprimento que bloqueia a passagem, desde que foi atingido por uma tempestade de areia com ventos muito fortes. A notícia é de que novos rebocadores chegaram ao local na manhã deste domingo.

A Maxar Techologies, empresa americana de tecnologia espacial, divulgou neste sábado, 27, imagens de satélite em alta resolução do Canal de Suez que mostram os esforços para liberar o Ever Given. As novas imagens mostram detalhes das operações de dragagem que continuam perto do navio, bem como as escavadeiras que movimentam areia perto da proa do navio.

Imagem do navio Ever Given encalhado no Canal de Suez
Foto: Maxar Technologies

 

Imagem do navio Ever Given encalhado no Canal de Suez
Foto: Maxar Technologies

 

Imagem do navio Ever Given encalhado no Canal de Suez
Foto: Maxar Tchnologies

Outro dos satélites da Maxar também captou imagens ao longo do canal e do Golfo de Suez, mostrando que mais de 120 navios estão ancorados ao sul da entrada do canal, sem poder transitar devido à embarcação encalhada.

Golfo de Suez
Foto: Maxar Technologies

Navio bloqueando o canal afeta o Brasil?

O Centro Nacional de Navegação Transatlântica (Centronave), que reúne as 19 maiores empresas de navegação de longo curso atuando no Brasil, emitiu comunicado na última sexta-feira, 26, afirmando as principais rotas marítimas que ligam o país a seus parceiros comerciais são diretas e os navios não transitam pelo Canal de Suez.

De acordo com a entidade, o incidente afeta diretamente os mercados europeu e asiático, e há a possibilidade de um “efeito cascata” no comércio mundial, já que 12% de tais fluxos transitam pelo Canal de Suez, sobretudo cargas de petróleo. Na nota, o Centronave ainda afirma que qualquer previsão no que se refere a seu impacto real na cadeia global de suprimento e do comércio exterior brasileiro seria muito prematura e incompleta.

No entanto, fontes do setor de comércio exterior vêm apontando uma recente escassez de contêineres refrigerados disponíveis no sistema portuário global, o que seria responsável, por exemplo, pelo aumento de custos no embarque brasileiro de carnes e frutas à China. O bloqueio do Canal de Suez poderia ser um agravante para essa situação.