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Agricultura

RJ: grupo de mulheres amplia liderança em cooperativa de produtores rurais

Representante da cooperativa Agro Verde, de Japeri, diz que seu principal desafio é fazer com que as agricultoras não desistam e acreditem no trabalho; confira essa história

Foto: divulgação

O espaço da mulher no mercado de trabalho vem se transformando à medida que a sociedade evolui. No mundo moderno, as mulheres realizam muitas tarefas e são desafiadas a equilibrar diferentes papéis no dia a dia — de mãe, esposa e profissional. Romperam barreiras no mercado de trabalho e chegaram a carreiras profissionais até então dominadas por homens. Hoje, são executivas, empreendedoras e agricultoras.

Na agricultura familiar, elas são protagonistas do trabalho, exercendo funções na rotina doméstica, no cuidado com os filhos e com a terra. Nesse contexto, agricultoras lideradas por Maria do Socorro da Silva, de 56 anos, aceitaram o desafio de empoderar mulheres no campo em Japeri, no Rio de Janeiro. Como resultado, elas estão transformando a rotina e melhorando a qualidade de produção da Cooperativa de Produtores Rurais de Japeri (Agro Verde).

“No nosso caso, após um longo período de dificuldades de administração masculina dentro da cooperativa, as mulheres tomaram a iniciativa de assumir a frente e decidiram trabalhar em prol do pequeno produtor”, disse Maria do Socorro. O objetivo é usar uma visão ampla para auxiliar os produtores e, com isso, favorecer o trabalho, já que as mulheres não olham apenas o produto final e sim as condições de trabalho dos produtores.

Maria afirma que seu principal papel como líder e presidente da Agro Verde é fazer com que as agricultoras não desistam e acreditem no seu cultivo, na sua terra. “O importante é perseverar, pois estamos sempre correndo atrás e lutando por um futuro melhor”.

A prestadora de serviços jurídicos para a Agro Verde, Luciane Aguiar, de 46 anos, pondera que existem desafios e obstáculos persistentes que as mulheres enfrentam. Mesmo assim, sente-se feliz por lidar diretamente com as agricultoras.

“Acredito que as mulheres são muito competentes e capazes de conduzir um procedimento administrativo com muita força e dedicação. Estão trabalhando não só com o lado profissional, mas com o lado pessoal e social no empenho de valorizar a trabalhadora rural.”

As mulheres estão tendo papel fundamental na agricultura e esse engajamento tem possibilitado crescimento individual, coletivo e, principalmente, social, pois o trabalho as faz sentir realizadas e independentes. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a participação feminina no mercado de trabalho agrícola latino-americano quase dobrou desde 1975, quando foi celebrado o Ano Internacional da Mulher.

Hoje, já se reconhece o direito de uma mulher alcançar autonomia e independência econômica através de uma ocupação.

A cooperada Marlene Maria Rodrigues, de 49 anos, destaca a importância do empoderamento feminino no campo. “Já fomos donas de casa, cozinheiras, enquanto os maridos trabalhavam nas lavouras e levavam o dinheiro para casa”, disse.

“A partir do momento que entendemos que somos importantes no contexto de produção, levantamos a cabeça e começamos a caminhar. As produtoras rurais estão descobrindo que além da produção que fazem no campo, elas podem agregar valores ao mercado. Hoje o forte da agricultura familiar é a mulher. Vamos em frente, nós podemos conquistar muito mais, o mundo é nosso”, completou.

Autonomia

Os papéis desempenhados pelas mulheres rurais são tão numerosos quanto suas lutas e vitórias. O que não faltam são histórias de vida inspiradoras. No entanto, elas ainda lutam por reconhecimento e contra o preconceito.

Ainda há um longo caminho para o equilíbrio de direitos e oportunidades entre homens e mulheres no campo, segundo a Organização das Nações Unidas (Onu). Com  a finalidade de mostrar que equidade de gênero e respeito são valores necessários cotidianamente, a entidade decretou que 2018 seria o Ano da Mulher Rural.

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