Soja deve continuar rentável em 2014, prevê Agroconsult

Mesmo com perspectiva de produção recorde nos Estados Unidos, consultoria acredita que estoque de passagem mundial não será suficiente para desvalorizar o grãoOs produtores brasileiros devem obter boa rentabilidade no plantio da soja na safra 2013/2014, mesmo com a perspectiva de uma produção recorde dos Estados Unidos no próximo semestre, que possibilitará a recomposição dos estoques mundiais da oleaginosa. A projeção, baseada nas tendências atuais de mercado, foi apresentada na quarta, dia 27, pelo analista André Debastiani, da Agroconsult.

As projeções feitas pela consultoria para a próxima safra, tendo como referência o norte de Mato Grosso, indicam que o retorno da soja na próxima safra ficará em R$ 1.128/hectare, o que proporcionará uma rentabilidade de 46%. Nesta safra, levando em conta apenas o custo de produção, o ganho foi de R$ 1.258 por hectare (50%).

A Agroconsult trabalha com a perspectiva de aumento de 5,8% no plantio da soja nos Estados Unidos, que deve atingir 31,6 milhões de hectares. Levando em conta a linha de tendência da produtividade da soja norte-americana, a projeção é de produção de 91,8 milhões de toneladas.

Pelos cálculos da consultoria, a produção mundial de soja na próxima safra deve ficar em 288 milhões de toneladas, ante uma demanda estimada em 275 milhões de toneladas. Debastiani acredita que o estoque de passagem de 13 milhões de toneladas não será suficiente para dar “um norte negativo” ao mercado e prevê preços em níveis ainda altos, na faixa dos US$ 12 bushel.

Em relação à atual safra brasileira, as projeções preliminares são de produção de 84,2 milhões de toneladas, volume acima das 83,4 milhões de toneladas estimadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no levantamento divulgado no início deste mês. Uma nova estimativa será divulgada pela Agroconsult no dia 26 de março.

A Agroconsult já arrisca projeções para a próxima safra e prevê o crescimento de um milhão de hectares, para 28,9 milhões de hectares no plantio de soja que começa em setembro deste ano. A maior parte da expansão, 600 mil hectares, deve ocorrer em Mato Grosso.