Agronegócio

Entenda porque a tendência dos preços da soja em Chicago é de alta

Segundo a consultoria Safras & Mercado, os fundos de investimentos garantiram na última sexta-feira a maior posição comprada de soja em 2,5 anos e isso afeta as cotações

Os preços da soja parecem que irão permanecer em patamares mais elevados na Bolsa de Chicago nos próximos meses, aponta o analista de mercado da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez. A projeção é baseada em um dado bastante importante para o mercado, os fundos de especulação atingiram recentemente a maior posição comprada de soja em 2,5 anos, mostrando essa tendência dos preços.

Umas das provas de que essa movimentação dos fundos (que são os maiores operadores de contratos em Chicago) é que das últimas 20 sessões, 17 fecharam em alta.

“Isso explica, por exemplo, essa grande valorização nos contratos futuros da soja nas últimas 4 semanas. Os fundos estão entrando mais forte na ponta compradora. Eles aproveitam os fundamentos positivos para os preços, como a forte demanda por soja da China, o risco climático nos Estados Unidos e agora na América do Sul, para fazerem negócios”, afirma Gutierrez.

Essa movimentação faz com que o analista acredite que a tendência nos próximos meses é de que os preços da soja se mantenham em patamares elevados, como os atuais. “Os fundos estão acreditando que esses fundamentos irão manter os preços firmes nos próximos tempos. As perdas desta quarta-feira fazem parte deste pacote, pois são correções técnicas”, diz ele.

A queda que o analista se refere acima acontece nesta segunda-feira (21), e até o horário do fechamento desta reportagem acumulava um recuo de quase 2% dos contratos com entrega de soja para novembro de 2020.

“Nesta segunda-feira, os preços operam em queda em Chicago, afinal o mercado estava bastante comprado já. Isso é uma correção apenas e não uma mudança de direção da tendência. Os fatores climáticos são os principais precificadores no momento. A safra norte-americana ainda não está definida, algumas perdas são irreversíveis por lá, então temos que esperar para ver. No Brasil o clima seco também está deixando todos preocupados, ainda mais com a confirmação do La Niña, que trazem problemas para o Sul do Brasil e também para a Argentina”, finaliza.

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