Ampa critica tentativa de acordo sobre retaliação aos EUA

Entidade defende que Brasil mantenha posição firmeO conselheiro da Associação dos Produtores de Algodão de Mato Grosso (Ampa), Eraí Maggi Scheffer, criticou a proposta da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) de buscar acordo para evitar que o Brasil retalie os Estados Unidos para compensar os subsídios concedidos aos produtores de algodão.

Eraí Maggi, sócio do Grupo Bom Futuro, um dos maiores produtores de algodão do país, disse que o Brasil deve manter firme sua posição pela retirada dos subsídios nos Estados Unidos, pois a vitória conquistada na Organização Mundial de Comércio (OMC), “foi fruto do esforço dos cotonicultores, que investiram recursos próprios, por meio de mutirão, para bancar a ação no organismo internacional”. No contencioso do algodão, que durou mais de sete anos, foram gastos US$ 3,5 milhões, dos quais US$ 3 milhões foram bancados pelos agricultores.

Eraí Maggi criticou a proposta da Fiesp, de criação de um fundo de apoio à cotonicultura brasileira, com recursos americanos, direcionado a investimentos em pesquisa e eficiência tecnológica.

? Não precisamos deste tipo de ajuda, pois temos nossos institutos e estamos investindo em tecnologia. Hoje, a produtividade das lavouras e a qualidade do algodão brasileiro estão entre as melhores do mundo, com perspectivas de avançar ainda.

O conselheiro da Ampa defende a continuidade das medidas anunciadas pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), que está finalizando a lista de bens importados dos Estados Unidos que poderão sofrer retaliação. A lista, que será divulgada no dia 1º de março, representará US$ 560 milhões.