Embrapa apresenta vantagens da cultivar BRS Estribo de capim-sudão

Variedade apresenta uma maior produção de forragem, maior perfilhamento, maior proporção de folhas, ciclo mais longo e manejo flexívelA Embrapa Pecuária Sul, de Bage, no oeste do Rio Grande do Sul, está apresentando informações sobre o manejo e o desempenho da cultivar BRS Estribo de capim-sudão na 15ª edição da Expodireto. A cultivar foi lançada comercialmente no ano passado, tendo boa aceitação no mercado na primeira safra de comercialização, e é uma nova opção de forrageira de verão para os pecuaristas da região Sul.

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O desenvolvimento da cultivar faz parte de uma parceria realizada entre a Embrapa, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e  Associação Sul-Brasileira para o Fomento da Pesquisa de Forrageiras (Sulpasto), que tem como objetivo trabalhar com 13 espécies de forrageiras, entre leguminosas e gramíneas, nativas ou exóticas, e cereais de inverno de duplo propósito.

De acordo com o pesquisador Daniel Montardo, a nova cultivar apresenta importantes vantagens em relação às sementes da espécie atualmente disponíveis no mercado. A primeira delas é ofertar uma cultivar registrada aos produtores, com garantia de qualidade e de pureza das sementes, de acordo com a legislação.

Nos experimentos realizados na Embrapa Pecuária Sul, coordenados pelos pesquisadores Márcia Silveira e Danilo Sant´Anna, os primeiros resultados com animais mostram que esta planta forrageira pode ser utilizada sob pastejo rotacionado e pastejo contínuo, sendo possível alcançar bons índices em termos de produção animal quando bem manejada. Segundo os pesquisadores em relação ao capim-sudão comum, a BRS Estribo apresenta uma maior produção de forragem, maior perfilhamento, maior proporção de folhas, ciclo mais longo e manejo flexível.

Além dessas vantagens já destacadas, é importante ressaltar que o BRS Estribo é uma cultivar registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com garantia de qualidade e de pureza das sementes, de acordo com a legislação, sendo uma opção interessante para uso e diversificação das pastagens anuais de verão pelos produtores.

– São características que trazem maior segurança ao pecuarista, com sementes produzidas e comercializadas com registro no Mapa e uma cultivar que proporciona maior qualidade às pastagens e à alimentação dos rebanhos – ressalta Montardo, que liderou as pesquisas de desenvolvimento da BRS Estribo.

A utilização em grande escala do capim-sudão, uma gramínea anual de verão, como forrageira para alimentação animal é relativamente nova, principalmente na região Sul. A espécie era mais usada para produzir palhada e cobertura de solos em áreas de cultivo de grãos no Centro-oeste do país. Com o tempo, as sementes excedentes produzidas nesses sistemas de cultivo começaram a ser utilizadas por produtores da região Sul como forrageira. Com o preço mais em conta que outras alternativas de verão, o capim-sudão apresentou características que, aos poucos, foram popularizando a cultura.

Em relação ao milheto, forrageira anual de verão muito utilizada na região sul, a espécie apresenta um ciclo mais longo e, consequentemente, oferta de alimentação para o rebanho por mais tempo. Já em comparação com o sorgo, o capim sudão não apresenta o risco de toxidade aos animais, conferindo maior flexibilidade ao manejo. Essas são algumas características que levaram os produtores a cada vez mais optar por esta espécie como alternativa forrageira.

Parceria

A parceria entre a Embrapa, a UFRGS e a Sulpasto foi firmada em 2008 com o objetivo de atender às exigências da nova lei de sementes, que exige a comercialização exclusivamente de sementes registradas e protegidas pelo Mapa. A própria constituição da Associação Sul-Brasileira de Fomento à Pesquisa de Forrageiras (Sulpasto), reunindo empresas produtoras e vendedoras de sementes forrageiras do Sul do Brasil, em 2007, faz parte do esforço de adequação deste novo contexto no mercado de sementes no país. A meta é lançar cultivares de 13 espécies de forrageiras, leguminosas e gramíneas, de verão e de inverno, adaptadas à região Sul do Brasil.

A primeira cultivar lançada foi em 2012, BRS Centauro de Aveia Preta, desenvolvida pela Embrapa Trigo e a segunda, o BRS Estribo, da Embrapa Pecuária Sul. Para 2013 está previsto ainda o registro junto ao Mapa de pelo menos mais seis cultivares. Além da Embrapa Pecuária Sul (Bagé-RS) e da Embrapa Trigo (Passo Fundo- RS), mais três unidades da empresa fazem parte da parceria: Embrapa Clima Temperado (Pelotas/RS), Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora/MG), e Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas/MG), e Embrapa Produtos e Mercado Escritórios de Negócios de Passo Fundo e Capão do Leão (RS). A Embrapa Produtos e Mercado é a Unidade da empresa responsável pela comercialização e inserção de tecnologias produtos e serviços da Embrapa no mercado.

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