COP26

Relações Exteriores: Há otimismo com mercado de carbono, mas financiamento climático ainda é dúvida

Segundo diretor de Meio Ambiente do ministério, países em desenvolvimento querem saber por que nações desenvolvidas não cumprem meta de US$ 100 bilhões ao ano em apoio financeiro

Após participar de uma reunião na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática nesta terça-feira (9), o diretor do departamento de Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Leonardo Cleaver de Athayde, afirmou que há otimismo em relação ao acordo para a aprovação do artigo 6º do Acordo de Paris, que trata do mercado de carbono. No entanto, Athayde relata que ainda há divergências importantes sobre a questão do financiamento climático.

O representante das Relações Exteriores conta que, na semana passada, chamada de semana técnica da COP, houve um momento em que as negociações sobre o mercado de carbono começaram a se complicar. “Mas, no início desta segunda semana, o que nós temos visto é que, na prática, os países todos estão começando a demonstrar que querem mesmo um acordo nesse item tão importante, que é um item pendente do livro de regras do Acordo de Paris”, afirma.

Já as discussões sobre financiamento climático, muito caras aos países em desenvolvimento, ainda não estão resolvidas. Segundo Athayde, essas nações têm interesse em iniciar uma discussão, objetiva e muito estruturada, sobre qual será a próxima meta de financiamento climático global. “Atualmente, o que existe é uma meta coletiva dos países desenvolvidos de mobilizar US$ 100 bilhões ao ano em apoio financeiro aos países em desenvolvimento. Essa meta não está sendo cumprida, assim como o valor em si já é insuficiente”, conta.

De acordo com o negociador brasileiro, os países mais vulneráveis na questão ambiental querem um compromisso imediato sobre esses investimentos e iniciar uma discussão sobre a próxima meta, que substituiria a atual em 2025.

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