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'O Brasil optou por não crescer', diz Daoud sobre nova taxa de juros

Para Miguel Daoud, o Banco Central não tem armas suficientes para combater a especulação decorrente da crise fiscal que o Brasil está vivendo

Em meio ao aumento da inflação de alimentos, combustíveis e energia, o Banco Central apertou ainda mais os cintos na política monetária. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic – juros básicos da economia – de 5,25% para 6,25% ao ano, nesta quarta-feira, 22. E já sinalizou que vai subir mais 1% na próxima reunião, marcada para o mês que vem.

Segundo o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, o Banco Central tomou a decisão por necessidade. “É o único instrumento que ele tem para tentar conter a inflação, mas não funciona corretamente”, disse.

Para Daoud, o Banco Central, que tem o papel constitucional de proteger a moeda, não tem armas suficientes para combater a especulação decorrente da crise fiscal que o Brasil está vivendo.

“O Brasil optou por não crescer. Ele optou por arrumar a casa. É uma ideologia, uma visão econômica em que você dá vários passos para trás, sem ter uma previsão de quando vai andar para frente”, afirmou.

Segundo Daoud, falta entendimento entre os Poderes. “Não se discute uma proposta para o Brasil. Enquanto isso as contas vão se deteriorando”.

Com a nova taxa de juros, disse Daoud, não vai ter ferrovia, rodovia ou qualquer investimento. “Essa taxa de juros destrói a economia. O dinheiro que seria usado no investimento vai para especulação. A política do banco central não corrige a nossa inflação” (…) “Estamos vivendo um momento em que a consciência e a liderança dos políticos não estão alinhadas com a nossa população, a nossa atividade econômica, os nossos pobres. Nós precisamos de visão. Será que os representantes e responsáveis por essa nação não têm a capacidade e a sensibilidade de estar ao lado do povo”, desabafou.