A formação de um ciclone extratropical ainda causa muita chuva no leste do Rio Grande do Sul e o sul de Santa Catarina. Segundo a previsão do tempo, já choveu 135 milímetros em São Joaquim (SC), o que representa 95% acima da média climatológica de todo o mês de maio e ainda tem mais água prevista pela frente. Há lavouras de arroz e batata em colheita, além do desenvolvimento de maçãs, pêssegos e uvas na região que podem ser prejudicadas.
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O ciclone extratropical também traz ventos fortes, ressaca marítima e queda da temperatura. Portos como Rio Grande (RS) e Paranaguá (PR) não vão receber muita chuva, mas podem ter as atividades prejudicadas pelo vento e pelas ondas. Além disso, a frente fria associada ao ciclone finalmente rompe o bloqueio atmosférico. Mas a quantidade de chuva prevista para o norte do Paraná e regiões Sudeste e Centro-Oeste será baixo. São poucos os municípios que vão receber 20 milímetros de chuva. Isso significa que milho e cana-de-açúcar permanecem sob baixa umidade do solo.
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No Nordeste, a chuva será forte no litoral norte da Bahia e do Maranhão nesta semana, favorecendo o desenvolvimento de cana na Zona da Mata. Na região Norte, o destaque do tempo vai para o elevado acumulado previsto no norte do Pará, no Amapá, em Roraima e em boa parte do Amazonas.
Maio terá a continuidade da chuva, mas não de forma generalizada. Os volumes vão ficar acima da média em Franca (SP) e Araxá-MG, além do noroeste de Mato Grosso. Ainda segundo a meteorologia, boa parte das duas regiões terá chuva dentro da média. A questão é que a média histórica de chuva de maio do Sudeste e Centro-Oeste já é muito baixa. Talvez até exista uma previsão de maior frequência de chuva, mas o acumulado chegará tarde e não deve aliviar o atual déficit hídrico. Neste contexto, entre os dias 9 e 15 de maio há previsão de chuva até maior que na atual semana, mas ainda assim, insuficiente para um aumento generalizado da umidade do solo no Sudeste e Centro-Oeste. Sobre a temperatura, a primeira quinzena de maio será mais fria sobre o centro e sul do Brasil, mas não há previsão de extremos com geadas, até porque a chuva frequente não deixará as madrugadas muito frias.
Panorama da chuva em abril
Abril terminou com chuva abaixo da média em boa parte do Brasil. Apenas as regiões Sul e Norte, a costa do Rio de Janeiro e algumas áreas do leste e norte do Nordeste receberam mais precipitações que o normal. A baixa umidade do solo compromete o desenvolvimento da segunda safra de milho e da cana de açúcar recém-instalada no Sudeste e Centro-Oeste. Muitos municípios não recebem chuva forte há pelo menos 30 dias.
De acordo com a Conab, para o milho, a perda é irreversível em Minas Gerais e há diminuição do potencial produtivo em Goiás. No algodão, há restrição hídrica em algumas áreas de Mato Grosso. Na Bahia, a falta de chuva afetou o potencial produtivo. O feijão do Paraná está em boas condições, mas há necessidade de retorno da chuva por conta das fases de florada e enchimento de grãos.
