Setor lácteo quer a liberação da vacina contra a tripanossomíase bovina

Doença é causada por um protozoário e transmitida por moscas ou agulhas infectadas e já vem causando prejuízo para pecuaristasO setor lácteo pressiona o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) a liberar vacina contra a tripanossomíase bovina. A doença, que é causada por um protozoário e transmitida por moscas ou agulhas infectadas, tem preocupado os pecuaristas do país.

No Brasil não há vacina autorizada para prevenir ou tratar o distúrbio que tem sintomas como anemia, perda de peso e pode levar o animal a óbito. Integrantes da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados do Mapa se reuniram nesta terça, dia 18, para debater o assunto. O presidente da Câmara, Rodrigo Alvim, reclama sobre a lentidão do Mapa para liberar a importação de uma vacina contra a doença.

– A ideia é que o Mapa aprove a importação dessa vacina para que seja aplicada sem muitas exigências e muitas restrições. Essa vacina já é testada e utilizada em outros países. Nós não entendemos porque não pode ser utilizada no nosso país – diz.

O primeiro caso de tripanossomíase no Brasil foi registrado em 1972 no Pará. Em 1995, a doença chegou ao Mato Grosso e se espalhou por outros locais do Nordeste e do Centro-Oeste. Em 2014, o Estado com o maior número de casos foi em Minas Gerais e já se fala em um surto na região. De acordo com o Instituto Mineiro de Agropecuária, de junho a outubro de 2014 foram detectados 19 focos da doença em Minas Gerais e 300 casos foram confirmados. 108 animais morreram no período.

– A doença surgiu recentemente com uma efetividade no Estado mineiro, onde os pecuaristas já perderam um grande número de animais. A tripanossomíase deveria ser tratada com prevenção e com cuidados dos produtores na lida, principalmente das vacinas e no uso das seringas. A transmissão pode ser feita através de moscas e das agulhas das seringas. Os produtores precisam de capacitação para conviver e prevenir o seu rebanho de prejuízos – explica o engenheiro agrônomo, Antônio Carlos Lima Júnior.

De acordo com o Mapa não há burocracia na importação da vacina. Segundo a assessoria de imprensa da entidade, existem produtos de uso veterinário registrados no Brasil para o tratamento da doença e, caso o produtor rural queira utilizar outro item não registrado, pode solicitar a importação com a receita de um médico veterinário, o qual deve se responsabilizar pelo diagnóstico da doença e uso correto do produto.