Política

Alckmin nomeia Resende, Mello, Barbosa e Arida no núcleo de economia da transição

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, coordenador do processo, assinou as portarias que instalam o Gabinete de Transição

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), coordenador do processo de transição, nomeou nesta terça-feira (8) quatro economistas para o núcleo de economia da passagem de bastão de governo: André Lara Resende, Guilherme Mello, Nelson Barbosa e Persio Arida.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) buscava montar uma equipe de economia que fosse de Lara Resende e Persio Arida, liberais e formuladores do Plano Real, a Nelson Barbosa, economista considerado heterodoxo e ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff (PT). Mello, por sua vez, assessorou a campanha de Lula na área da economia.

“São quatro grandes economistas, pessoas com larga experiência”, disse Alckmin em coletiva de imprensa, reforçando que participar da equipe de transição não significa, necessariamente, passaporte para a Esplanada dos Ministérios no novo governo.

Acompanhavam Alckmin a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o coordenador do grupo técnica da transição, Aloizio Mercadante, e os deputados federais reeleitos Rui Falcão (PT-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e Reginaldo Lopes (PT-MG), líder do PT na Câmara.

Grupos de trabalho

O ex-ministro Aloizio Mercadante foi nomeado coordenador do grupo técnico da transição. Serão 31 grupos técnicos de trabalho, esclareceu Alckmin.

Além disso, Alckmin assinou três portarias: a primeira institui o gabinete de transição governamental; a segunda designa os coordenadores; e a terceira solicita ao Tribunal de Contas da União (TCU) cópias de contas, auditorias, monitoramentos e outros documentos que ajudem na troca de governo.

Além de Mercadante, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, foi confirmada coordenadora da articulação política e o ex-deputado Floriano Pesaro, na coordenação executiva da transição.

“Vamos, todo dia, anunciando o núcleo que vai organizar o trabalho de transição. Não tem número limitado, pode ter mais pessoas”, disse Alckmin. O governo de transição tem direito a 50 pessoas, mas trabalhará com voluntários.

Orçamento

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) sinalizouque o governo eleito ainda não bateu o martelo se vai, de fato, encaminhar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ao Congresso Nacional para abrir espaço no Orçamento ou adotar outro instrumento.

“São várias possibilidades. Uma delas é ter uma PEC para garantir esses serviços e a consequente mudança no PLOA. Esse é um caminho. Há outros caminhos e isso vai ser definido nos próximos dias”, afirmou Alckmin em coletiva de imprensa.

“A definição se vai ser PEC ou não, o valor e o formato será tomada nos próximos dias”, acrescentou. “Podem ser outros caminhos. O TCU tem outra hipótese, de crédito extraordinário. Tem o Judiciário outras alternativas”, acrescentou.

Para o vice-presidente eleito, é importante ter um grupo de economistas com visões “que se complementam” na equipe. “É uma fase transitória para discutir propostas. O que é mais urgente é a questão social, que é garantir o Bolsa Família de R$ 600, não interromper e implementar R$ 150 para famílias com crianças com menos de seis anos”, seguiu Alckmin, que nomeou os economistas André Lara Resende, Persio Arida, Guilherme Mello e Nelson Barbosa para a transição de governo.

Alckmin ressaltou ter ficado claro na campanha que o Bolsa Família de R$ 600 é algo “urgente” e não está previsto no PLOA de 2023. “Não podemos interromper serviços em áreas que são essenciais”, ressaltou.

“Lula foi muito claro no seu discurso, depois de eleito: não tem dois Brasis, tem um só. Queremos unir todo mundo, pautados numa agenda social, de quem está mais sofrendo, passando mais privação. Ninguém é contra você garantir, neste momento, um Bolsa Família de R$ 600, isso é unânime”, assegurou.

Lula

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve desembarcar em Brasília nesta terça-feira (8) pela primeira vez desde a eleição.

Na capital federal, Lula deve iniciar a atuação direta com equipe de transição de governo.

A expectativa é também para encontros institucionais com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), e do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber. A bancada petista articula ainda uma reunião com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes.