Direto ao Ponto

'Pequenos produtores ainda precisam se organizar para compra de milho em balcão'

Segundo secretário da Abramilho, uma solução viável é a criação de uma linha de recursos destinada a compra de milho antecipada

A medida provisória que proporciona a venda de milho em balcão para pequenos criadores de animais foi o tema do Direto ao Ponto deste domingo, 3.  Para o segundo secretário da Associação Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho), Enori Barbieri, ainda é necessário uma mobilização estruturada dos pequenos criadores.

“Essa medida é muito interessante porque dá oportunidade da volta da compra do milho em balcão, no entanto, eu diria que não há uma organização por parte dos pequenos produtores para trazer esse grão”. 

A MP prevê que a Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) delimite o máximo que cada criador pode comprar e o preço de venda do cereal por estado ou região, tendo em vista o valor de mercado. A Conab também é responsável por dimensionar a demanda do cereal e realizar leilões públicos de compra ou remoção de estoque de milho.

O representante da entidade também disse que somente o milho não deve resolver o problema da alta do custo de produção. Além disso, ele não vê perspectiva de melhora nos preços do cereal a curto prazo.

“Eu creio que pelo preço que está, pelo volume de estoque que a gente tem no mercado, pela safra de verão brasileira, que está estimada na ordem de 30 milhões de toneladas, nós vamos ter muito problema de preço de milho até entrada da próxima safrinha lá na frente”, comentou.

Linha de crédito para compra de milho por criadores

Uma das soluções que Barbieri coloca é a criação de uma linha de crédito voltada aos pequenos criadores de animais. “O  governo deveria abrir uma linha de crédito para os consumidores de milho com pagamento alongado um pouco para que eles usassem esse dinheiro na compra antecipada de milho”.

O secretário da Abramilho argumenta que essa medida ajudará os pequenos granjeiros a fazer frente na disputa do milho com as grandes agroindústrias e com o mercado externo, que tem recursos para comprar de forma antecipada. 

*Sob supervisão de Letícia Luvison