Mercado e Cia

‘Chuva de dólar’ no fim do ano deve segurar alta da moeda americana

A análise é do economista Fábio Silveira, da Macro Sector Consultores, que comenta o cenário atual do câmbio

O dólar atingiu o maior valor em cinco meses nesta quarta-feira, 28, a R$ 5,79. Apesar de recuar após intervenção do Banco Central, a moeda norte-americana continua com leve alta frente ao fechamento do dia anterior.

De acordo com o economista Fábio Silveira, da MacroSector Consultores, o principal fator por trás das altas é o aumento do risco global em meio à segunda onda da Covid-19 na Europa e nos Estados.

“Há um grau de incerteza maior em escala global. Sem falar dos problemas anteriores, como a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Então, investidores fogem das outras e moedas e se apegam ao dólar”, diz.

A eleição presidencial nos Estados Unidos também pode mexer com o câmbio. Segundo o economista, em caso de vitória do candidato republicano Donald Trump, o risco de problemas é maior. Se o democrata Joe Biden vencer, “provavelmente não teremos tanta turbulência no mercado internacional”, frisa.

No Brasil, o desequilíbrio fiscal também preocupa investidores. Silveira afirma que os gastos com o auxílio emergencial foram imensos. “Teremos que equilibrar as contas ao longo do tempo. Teremos que equilibrar as contas ao longo do tempo. Há uma incerteza de como o país vai resolver o problema da dívida pública e aumentar a arrecadação. Isso também deixa o mercado intenso e leva à compra de dólar”, afirma.

Porém, o economista diz para que os produtores não mirem um dólar muito mais alto do que os patamares atuais, já que, segundo ele, o governo norte-americano deve aumentar o volume de moeda em circulação, a chamada “chuva de dólar”, para ajudar na recuperação da economia local.