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'Soja e milho devem seguir em alta', diz analista da Agrinvest

De acordo com o analista Marcos Araújo, o Brasil passa por um momento muito crítico na política e na economia, e isso deve impactar os preços no mercado

Nesta sexta-feira, 24, o mercado reagiu a percepção de aumento no risco político com a saída do Sérgio Moro, do Ministério da Justiça e o dólar superou R$ 5,70 e isso impactou no preço da soja e do milho, que atingiram patamares recordes. Em entrevista ao Mercado & Companhia, Marcos Araújo analista da Agrinvest Commodities falou sobre o tema.

“A Soja Paranaguá/PR entrega em maio e pagamento em junho, chegou a R$ 108, para agosto, já tem compradores indicando R$ 110. Com essa alta do dólar, de ontem para hoje, estima-se que já se negociem 1 milhão de toneladas do milho safrinha 2020, o milho entrega agosto tem a saca no valor de R$ 48”, comenta Araújo

Marcos comenta que houve um aumento nos preços em relação a semana passada, “Tivemos um aumento de R$ 2 por saca, produtores do interior do Brasil tem aproveitado essa alta do dólar e vendido o milho safrinha 2020. Para soja, já temos um bom ritmo de comercialização acima de 83% para a safra 2019/2020, muitos produtores já estão vendendo a safra futura 2020/2021”, comenta Araújo.

Perguntado a respeito dos valores históricos atingidos pela soja e milho, o analista da Agrinvest disse que a alta do dólar aumenta a competitividade das exportações brasileiras, e que as exportações das commodities devem superar 80 e 40 milhões de toneladas, respectivamente.

“Nós vivemos um momento muito crítico no Brasil com a pandemia do coronavírus, isso tudo deve repercutir na economia brasileira, essas incertezas políticas devem fazer com que o dólar aumente e os preços da soja e do milho continuem em alta, mas apenas em reais”, diz Marcos

De acordo com Marcos Araújo, o produtor capitalizado, pode aproveitar esse momento, “os preços futuros da soja apontam aumento de R$ 5 por saca, mas para isso o produtor tem que fazer o dever de casa e vender dólar futuro e vender a soja na bolsa de Chicago”. Segundo o analista, o cenário é mais promissor para o segundo semestre do ano.