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Tendência para a arroba do boi gordo não mudou, diz analista após queda

Segundo Leandro Bovo, o ambiente ainda é de oferta enxuta e preços remuneradores ao pecuarista, o que deve se manter nas próximas semanas

A arroba do boi gordo recuou de R$ 285,45 para R$ 282,15 nesta quarta-feira, 19, aponta o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Esse foi o terceiro dia de queda consecutivo, o que levou as cotações à mínima em duas semanas.

O prazo do bezerro em Mato Grosso do Sul, por outro lado, renovou o recorde: a cotação saiu de R$ 2.450,50 para R$ 2.473,45, acumulando alta de 6,9% em novembro.

De acordo com Leandro Bovo, sócio diretor da Radar Investimentos, é importante destacar que se trata de uma queda pequena no boi gordo e “até certo ponto natural” diante dos patamares atuais da arroba.

“Deve-se a uma pressão da indústria, que até agora não tinha feito um movimento incisivo para frear as altas. E agora eles tentaram. Algumas, mesmo sem escalas de abate, saíram das compras. Isso tirou o ímpeto de alta e fez o preço recuar em algumas praças”, relata.

Porém, Bovo afirma que o ambiente ainda é de baixa oferta de gado terminado, o que impede um movimento de queda mais consistente. “Essa baixa oferta é estrutural. Falta animais agora e provavelmente vai se estender para 2021. Um movimento ou outro de baixa é comum, corriqueiro, mas inverter de forma abrupta a tendência do mercado é um pouco difícil”, diz.

Para o pecuarista que tem condição de segurar os animais na fazenda, o sócio diretor da Radar Investimentos diz que as próximas semanas ainda devem ter preços remuneradores pela arroba do boi gordo.