Mercado e Cia

Tensão entre China e EUA favorece vendas de soja brasileira

A retaliação por parte do governo do país asiático, que encerrou as operações do consulado dos Estados Unidos em Chengdu impactou o mercado internacional

O Ministério de Relações Exteriores da China comunicou à Embaixada Americana em Pequim nesta sexta-feira, 24, sobre a ordem do consulado dos Estados Unidos em Chengdu para finalizar todas as suas operações e atividades em 72 horas. O governo chinês disse que a medida é uma resposta legítima e necessária para o comportamento irracional dos Estados Unidos.

A decisão de Pequim acontece três dias depois de Washington pedir o encerramento da missão diplomática do país asiático em Houston, no Texas. Na ocasião, o governo norte-americano defendeu que o local era utilizado para a espionagem de cidadãos americanos.

O aumento da tensão entre Estados Unidos e China chama atenção por conta da guerra comercial entre os dois países impacta o mercado agrícola. O diretor da RC Mercosul, Mateus Pereira, comentou o reflexo dessa situação nos mercados.

“Os atritos políticos entre norte-americanos e chineses se intensificaram nos últimos dias, acompanhando a tensão que já dura mais de dois anos no âmbito político e comercial entre os países. As últimas declarações entre os Trump e Xi Jinping foram mais intensas, o que continua favorecendo e fomentando a demanda pela soja aqui no Brasil”, diz Pereira.

Porém, de acordo com o diretor, há alguns critérios importantes para se atentar, são eles as confirmações de que estatais chineses continuam fazendo compras estritamente necessárias da soja norte-americana disponível no país, uma vez que a América do Sul ainda não tem capacidade total para fornecer a demanda anual chinesa.

“As estatais continuam comprando a oleaginosa norte-americana mesmo em meio a conflitos políticos por conta da necessidade, por outro lado, todas as importadoras privadas da China continuam concentrando as novas compras pelo produto da América do Sul, que se colocadas as tarifas vigentes de 25% sobre a tarifação do produto importado dos Estados Unidos, a soja disponível no Brasil, por mais que seja mais escassa, ainda é uma opção mais barata para ser exportada comparada a dos norte-americanos”, finaliza Mateus Pereira.