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Veja 5 técnicas de bem-estar que podem aumentar a produtividade do rebanho

Especialista brasileira em manejo fala como investiu no na melhora contínua do tratamento animal e dá dicas para quem quer implantar as técnicas

A pecuária brasileira é uma das mais relevantes do mundo e ao longo dos anos tem se especializado em produzir bons resultados para os criadores e, também, garantir bem-estar aos animais do campo.

Em entrevista ao Mercado & Companhia desta terça, 31, a pecuarista Carmen Perez, uma das maiores especialistas do assunto no país, falou como implantou essas técnicas na sua fazenda e como isso ajudou nos indicadores econômicos da propriedade que ela comanda desde os 22 anos.

“O bem-estar animal é uma agenda importante e independente do mercado e valores da arroba do boi gordo. O ano de 2019 deixou o pecuarista empolgado com a comercialização, mas quando falamos de boas práticas, falamos de um assunto que precisa ter constância e perseverança, pois ele trará bons resultados lá na frente, independente das variações do mercado”, disse.

Segundo ela, o bem-estar animal garante uma vida melhor não apenas para a criação, como também para os responsáveis. “Eu acho que os criadores do Brasil estão cada vez mais conscientizados, pois há uma queda de paradigmas e mudanças de comportamento tanto para vaqueiros quanto para os gestores. É algo que vai muito além de cursos e especializações, pois existe um conceito errado de que se vai perder dinheiro com isso, mas não é verdade”, completou.

Segundo a especialista, como o bem-estar animal o pecuarista recupera na engorda dos bezerros, na diminuição de mortalidade do rebanho e a facilidade do manejo, já que as técnicas tentam diminuir as memórias ruins dos animais, que ficam mais dóceis.

Cinco segredos para o bem-estar animal

De olho nesta metodologia e o retorno que ela proporciona, a pecuarista Carmen Perez separou quatro segredos fundamentais para garantir o bem-estar animal na fazenda.  Confira:

 

  • 1. Contratação

“Tudo começa a partir da contratação do vaqueiro, onde temos uma conversa para conhecer o profissional. A partir dessa conversa, a gente vai para o escritório, onde mostramos as técnicas, uma apresentação de manejo no curral, boas práticas de manejo no nascimento ou de vacinação”, disse.

Segundo ela, antes de qualquer atividade, a equipe se reúne para traçar todos os detalhes. Após os procedimentos, outra reunião aborda o que deu certo e o que precisa melhorar.

  • 2. Nascimento

Um dos momentos mais importantes da pecuária é o nascimento dos bezerros.  Para Carmen, o manejo adequado do rebanho começa já na hora do parto, onde o vaqueiro tem que seguir todo um protocolo. “Há alguns anos trabalhamos com a técnica de massagem, isso foi desenvolvido junto ao trabalho de pesquisadores que temos dentro da fazenda. Depois disso, há todo o cuidado para o primeiro contato do homem com o animal, que ajuda na imunidade da criação”, disse.

  • 3. Desmama

O terceiro ponto para o bem-estar animal é a questão da desmama lado a lado, uma prática há muito tempo adotada na fazenda da pecuarista. “É um momento de muito estresse, onde o animal perde muito peso. Por isso, quando se faz a desmama lado a lado corretamente, o bezerro passa a ganhar peso muito rapidamente.

“Depois tem o desmama lado a lado, que é momento de muito estresse, onde o animal perde muito peso. Quando faz essa desmama lado a lado o bezerro ganha peso mais rapidamente”, disse.

  • 4. Fim da marcação a fogo

A marcação a fogo foi banida na fazenda da pecuarista, que só utiliza a marca permanente da brucelose, que é exigida pelo Ministério da Agricultura. “Fizemos uma pesquisa que mostrou o quanto isso é importante para os animais. Agora só usamos brincos eletrônicos, que passa as informações direto para o computador”, disse ela, ressaltando a importância de garantir boas memórias para os animais, que apresentam comportamento mais dócil no manejo dentro do curral.

  • 5. Vacinação

Outro ponto muito importante e treinado exaustivamente é o processo de vacinação. “Pesquisas já relataram a questão de abcessos e contusões, que são fatores que prejudicam a lucratividade. Além disso, tem a segurança da equipe e a queda de mortalidade no curral, que é muito positiva”, finalizou.