Mercado e Cia

Analista diz o que o agro brasileiro deve esperar da gestão Joe Biden

egundo Marcos Jank, coordenador do Insper Agro Global, o Brasil tem oportunidades para se posicionar positivamente, sobretudo na questão climática

No primeiro dia como presidente dos Estados Unidos, Joe Biden assinou o decreto de retomada do país ao acordo climático de Paris. Em seu discurso, Biden fez um apelo pela união dos americanos para enfrentar as crises econômica, sanitária e política.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro cumprimentou Biden pelo cargo. Em carta enviada ao democrata, Bolsonaro afirmou que os dois países têm construído uma ampla e profunda parceria. Nosso presidente ressaltou ainda que está pronto para continuar a cooperação em prol do desenvolvimento sustentável e proteção do meio ambiente, em especial da Amazônia.

No setor produtivo, fica a dúvida sobre o que esperar do relacionamento entre os dois países. Segundo Marcos Jank, coordenador do Insper Agro Global, o Brasil tem oportunidades para se posicionar positivamente, sobretudo na questão climática. Há, segundo ele, boas perspectivas também para o desenvolvimento econômico.

“A gente tem nos EUA um grande concorrente, muito menos como cliente. Esse comércio não tem crescido, mas temos uma agenda com os EUA que não é um comércio bilateral, e sim uma agenda com um país que também é um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Com eles, tratamos de acesso ao mercado, redução de subsídios e barreira tarifárias. Já temos uma ligação de décadas com os norte-americanos, temos que incrementar a agricultura 4.0 e biocombustíveis, que é um mercado fundamental que os dois podem expandir juntos”, analisou.

Para Jank, outra coisa que deve mudar é a relação comercial dos EUA com a China. Apesar de a guerra comercial ter dado bons frutos para o agro brasileiro, uma nova abordagem pode ser também interessante para nós, segundo ele.

“Uma guerra comercial nunca é boa e a humanidade sempre sai perdendo. Além dessa guerra não ter acabado, mas, se um pouco mais para a frente eles acertem com a China, esperamos que não seja bilateral e, sim, multilateral, pois se acerca de acordo com as regras da OMC [Organização Mundial do Comércio]”, falou.

Sobre sustentabilidade, ele disse que o Brasil “precisa controlar melhor a origem dos produtos e atender aos clientes que demandam dessa rastreabilidade, tanto por parte do setor público como do privado”.