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Alexandre Garcia: Saída de Moro enfraquece o governo em todos os sentidos

Para comentarista do Canal Rural, os argumentos apresentados por Moro durante sua demissão fortalecem a intenção da oposição em tentar um impeachment de Bolsonaro

O pedido de demissão do ministro da Justiça, Sergio Moro, nesta sexta-feira, 24, deve enfraquecer o governo em todos os sentidos. Segundo o comentarista do Canal Rural Alexandre Garcia, a saída do ex-juiz é uma grande perda. “Porque o governo quer os grandes ícones que Bolsonaro trouxe”, disse.

Ele afirma ainda que a situação ficou desconfortável após Moro acusar o presidente Jair Bolsonaro de rompimento da impessoalidade necessária à Polícia Federal agir. “Ele alega que não houve impessoalidade por parte do presidente e defende a PF como órgão de Estado, independente de governo, política”, explica.

Garcia comenta que agora o Palácio do Planalto terá que explicar o episódio a que Moro se referiu. “Em plena pandemia na saúde, já sentimos insegurança jurídica e agora a insegurança política”.

Impeachment

Os argumentos usados nesta sexta em coletiva de Moro fortalecem a intenção da oposição em tentar um impeachment de Bolsonaro. “Agora está nas mãos do Rodrigo Maia [presidente da Câmara dos Deputados]. Ele pode colocar na pauta ou não, decidir se manda arquivar ou se vai para comissão [para análise]”, diz.

Garcia ressalta que nesta quinta-feira, 23, Bolsonaro recebeu o presidente do partido de Maia. “Ele saiu do encontro [com Bolsonaro] e foi conversar com Rodrigo Maia. Dessa conversa pode surgir alguma novidade porque ele [presidente] estava praticamente rompido com Maia”.

Novo nome para a Justiça

Garcia acredita que Bolsonaro deve nomear o atual secretário geral da presidência da República, Jorge Antonio de Oliveira Francisco. Ele é formado em direito, já foi oficial da Polícia Militar de Brasília e assessor parlamentar no Congresso Nacional e na Câmara Legislativa do Distrito Federal, além de assessor jurídico e de orçamento em gabinete parlamentar na Câmara dos Deputados.

“Ele é de confiança do presidente. Mas o fundamental é manter a estrutura da PF, tal como as Forças Armadas, instituições permanentes em defesa da lei e do Estado brasileiro”.