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Dauod: 'Conciliação entre Bolsonaro e governadores agrada o mercado'

De acordo com o comentarista, o clima amistoso entre os políticos e os esforços para aprovação do auxílio emergencial são positivos para os investidores

Em videoconferência realizada nesta quinta-feira, 21, Jair Bolsonaro pediu apoio aos governadores para vetar o reajuste salarial a servidores públicos até o fim de 2021. O presidente afirmou que é preciso um trabalho conjunto para que aconteça a sanção do projeto de socorro de aproximadamente R$ 60 bilhões direcionado a estados e municípios por conta da pandemia do novo coronavírus.

Além dos governadores, também participaram da reunião virtual o ministro da economia, Paulo Guedes, e os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia, respectivamente. O veto do reajuste salarial representaria uma grande economia e possibilitaria a disponibilização do auxílio.

Para Miguel Daoud, comentarista do Canal Rural,  houve um “sentimento de pacificação” entre o presidente e governadores. “Bolsonaro postergou a assinatura desse ato que ajuda os estados e suspende por hora o pagamento de dívidas, com consenso do Supremo Tribunal Federal (STF) porque uma ala do governo concordava com o projeto que daria aumento a policiais, militares, profissionais da saúde e professores. Já a equipe econômica era contra isso porque, caso a medida fosse vetada, representaria uma economia de R$ 43 bilhões. Com isso o presidente solicitou o apoio dos governadores para o projeto não ser barrado”, afirma Daoud.

De acordo com o comentarista, o mercado financeiro gostou da decisão de “paz” entre os políticos. Mas, segundo Daoud, é preciso esperar e verificar se esse clima amistoso será mantido. “O dólar voltou a cair de altas consecutivas, mas não por esse motivo e sim pela fala do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que nesta quarta-feira, 20, anunciou o uso de reservas cambiais para segurar a alta do dólar”.

Na avaliação do comentarista, o ministro da Economia acredita que essa medida adotada pelo Banco Central será a solução para quitar parte das dívidas dos auxílios emergenciais que estão sendo adotadas. “Guedes deu a entender que pode usar a valorização em reais das reservas cambiais para vender dólares. Com isso, as projeções para o dólar e Produto Interno Bruto (PIB) podem ser bem diferentes no balanço projetado para o ano, agora resta esperar qual será a reação do mercado”, afirma Daoud.