Política

'Diálogo' vai marcar a relação de Marina Silva com o agro, diz especialista em bioeconomia

Produção de alimentos de forma sustentável é pauta em comum dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, avalia Daniel Barcelos Vargas

De volta ao comando do Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva deve ter uma gestão marcada por conversas com personagens responsáveis pelo agronegócio brasileiro. De acordo com o Daniel Barcelos Vargas, coordenador do observatório de bioeconomia da Fundação Getulio Vargas e de pesquisas do FGV Agro, a relação entre as partes se dará por meio do “diálogo”.

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Em entrevista ao Canal Rural, Barcelos afirmou que, por mais críticas que possam surgir neste momento à presença de Marina na Esplanada dos Ministérios, a área liderada por ela tem pontos em comuns com a pasta da Agricultura e da Pecuária, sob comando de Carlos Fávaro. Dessa forma, ele acredita que, em vez de conflitos, a relação pode ser amistosa entre os dois setores do governo Lula.

“O agro é um setor de produtores, de comerciantes, que estão o tempo todo dialogando com diferentes para fazer valer os seus interesses e fazer avançar pautas em comum”, disse o especilista em bioeconomia. “É um setor muito nacionalista, preocupado com os interesses do país. Portanto, ter uma imagem de que é um país sério, que preserva o meio ambiente e está interessado em produzir comida de qualidade, é algo que interessa a todo mundo. Certamente, ao Ministério do Meio Ambiente, ao governo, mas também à agricultura brasileira”, prosseguiu Barcelos ao participar da edição desta quinta-feira do telejornal ‘Mercado & Companhia’.

‘Cadastro Ambiental Rural sob cuidados de Marina Silva não deve ser problema’

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República começou com uma mudança de divisão. O Serviço Florestal Brasileiro (SFB), que é responsável pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR), deixou de ser vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária e, consequentemente, foi transferido para o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, pasta liderada por Marina Silva. Na visão de Daniel Barcelos Vargas, isso não é um problema, pois os objetivos seguem o mesmo.

“A agenda da regularização, do CAR, do PRA [Programa de Regularização Ambiental], com a necessidade de acelerar o acompanhamento desses processos e resolver de uma vez por todas essas pendências, parece-me que é um objetivo comum independentemente de onde o Serviço Florestal Brasileiro estiver”, afirmou o entrevistado. “O objetivo de todos nesse caso é o mesmo: regularizar terras”, complementou.

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