Economia

Dólar registra aumento de 35% no acumulado de 2020

O movimento de desvalorização do real foi registrado desde o início do ano; abril fechou com moeda americana cotada a R$ 5,43

O primeiro pregão de 2020 registrava a moeda americana cotada em R$ 4,02. De lá pra cá, o dólar se valorizou 35%, terminando o mês de abril em R$ 5,43 e sem previsão de queda para maio. A saída do ex-Ministro da Justiça Sérgio Moro ajudou a valorizar ainda mais a moeda americana em abril.

“A taxa de câmbio chegou a atingir R$ 5,65, por conta de toda a estabilidade política que se adicionou ao cenário da crise sanitária”, afirmou Camila Abdelmalack, economista-chefe da Veedha Investimentos. A última semana de abril registrou um leve aumento, mostrando sinais de recuperação.

O Banco Central trouxe auxílio injetando liquidez, tanto no mercado de câmbio à vista como no mercado futuro, contornando o movimento de desvalorização do real em relação ao dólar. “Acompanhando o mês de abril, foi uma desvalorização geral das moedas emergentes, mas o real acabou desvalorizando ainda mais por conta dessas particularidades”, acrescentou.

O movimento de desvalorização do real foi registrado desde o início do ano, por conta de um refluxo do investimento estrangeiro. O investidor estrangeiro saiu dos investimentos em portfólio e renda fixa, provocando um processo de queda da moeda brasileira.

“Se não fosse pela crise da pandemia, talvez a gente estaria com uma taxa de câmbio ao redor de R$ 4,50, mas com essa nova realidade a gente fica transitando, pelo menos no curto prazo, acima dos R$ 5”.

Com tantas incertezas neste cenário de pandemia e crise política no Brasil, fica difícil prever o valor futuro da taxa de câmbio, diz a economista. “No curto prazo, fica difícil a gente prever com muita clareza as próximas semanas onde a taxa de câmbio vai parar porque vai depender muito dos desdobramentos do cenário político e do processo de reabertura da economia doméstica”, finaliza.