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Economista aponta formas de desburocratizar acesso ao crédito rural

A burocracia para acessar o crédito rural é o principal impedimento para o setor agropecuário de realizar financiamentos, diz Simone Pasianotto

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), suspendeu a oferta de crédito para o programa de incentivo à inovação tecnológica na produção agropecuária, para o programa de construção e ampliação de armazéns, de apoio ao médio produtor rural e de fortalecimento da agricultura familiar. De acordo com o banco, a medida foi tomada em função da alta demanda por crédito. Os recursos se referem aos limites equalizáveis disponibilizados pelo Governo Federal no lançamento do plano safra 21/22.

Para a economista-chefe da Reag Investimentos Simone Pasianotto, é possível desburocratizar o acesso aos recursos de financiamento. “É necessário desburocratizar a informação na cadeia como um todo, o que abrange não só os bancos, mas também os produtores, Governo, Organizações Não Governamentais (ONGs), cadeia de insumo e a indústria. É necessário quebrar os entraves do acesso ao crédito rural. Ainda 40% dos produtores nunca acessaram o crédito rural apesar de precisarem de verba”, diz.

“A burocracia para se acessar o crédito rural é o principal impedimento para o setor agropecuário de realizar um financiamento. A falta de dados e informações de muitas instituições financeiras impactam o produtor rural na hora de solicitar o crédito. Enquanto houver essa burocracia, haverá um longo caminho para se quebrar esse ciclo vicioso”, aponta a economista.

A economista aconselha os produtores a buscar informação e estar sempre atento as exigências que as instituições financeiras exigem. “Tenha o máximo de informações junto as instituições financeiras, o máximo de dados organizados e documentações. Conheça as garantias que são exigidas e padronize os documentos para facilitar o acesso ao crédito. Além disso, os produtores precisam exigir das cooperativas e do Governo a mudança do processo de acesso ao crédito, com maior digitalização de dados, organização de cadastro unificada de forma acessível por todas as instituições”, conclui.