O agricultor Fábio Cézar, de Ubaíra (BA), enviou ao Canal Rural um vídeo relatando dificuldades para obter crédito rural. Ele diz que já solicitou e não foi atendido e solicita ajuda ao governo.
“Eu quero questionar mesmo a questão do crédito rural, que é muito falado mas não chega ao pequeno produtor. Na dimensão que é discutido, eu e vários outros da região não somos atendidos. Se a pessoa não tiver um recurso próprio ou crédito do governo a juros baixos, não vai conseguir produzir. Já solicitei o empréstimo e não consegui. Não queremos esmola, queremos um futuro”, disse.
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O secretário de Agricultura Familiar do Ministério da Agricultura, Fernando Schwanke, respondeu à indagação de Fábio e explicou que, neste ano, houve um entrave importante por conta do orçamento da União.
“Em parte, o produtor Fábio tem razão por causa da demora do orçamento no Congresso Nacional. Depois teve a reposição dos recursos pelo PLN , mas houve uma paralisação no crédito oficial no último mês”, disse.
O secretário explicou que o crédito foi retomado na última semana e os bancos já estão comunicados. “O produtor tem razão, mas isso já está solucionado. Com relação ao crédito, vale a pena a gente dizer que nos últimos 2 anos e meio, foram destinados R$ 67,5 bilhões só para agricultura familiar no brasil. Ouso dizer que o maior plano de crédito do mundo para a agricultura familiar”.
Análise
O comentarista Miguel Daoud fez uma análise sobre o assunto e, para ele, há um problema de burocracia para que o crédito chegue aos pequenos produtores. “Esse crédito é muito grande e relevante, mas os canais que levam esses empréstimos ao pequeno produtor muitas vezes estão obstruídos. Muitas vezes o gerente do banco tem dificuldade de entender como pode ser legitimado esse empréstimo. Eu acho que é um ponto onde milhares de produtores têm essa dificuldade”, disse.
Segundo Daoud, o valor disponibilizado não é o problema e sim como ele pode ser obtido. “Teria que se fazer uma verificação para que se chegasse com facilidade ao produtor. São pessoas que precisam desse crédito mais como política social do que econômica. Fica o recado para os ministérios, pois é preciso descomplicar”, finalizou.
