Mercado e Cia

Preço do milho, seca na safrinha e produção dos EUA: o que você precisa saber

Semana foi marcada por divulgação de dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA)

A semana foi marcada por dados importantes de expectativa da safra de milho no Brasil e nos Estados Unidos. Por isso, o Canal Rural preparou um compilado com as principais informações que o produtor e o pecuarista devem saber antes de fechar negócios. Confira!

Safra dos EUA

Em relatório divulgado nesta quinta-feira, 9, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) reduziu em 10 milhões de toneladas o uso do milho para etanol. A queda é reflexo dos impactos do novo coronavírus e dos preços em queda do petróleo.

Para o analista de mercado Anderson Galvão, da Céleres, este foi o principal ponto do documento. “Chama a atenção porque em algum momento, esse excedente de milho vai ser canalizado para o mercado externo, até pelo próprio acordo comercial entre Estados Unidos e China. Isso pode prejudicar o espaço das exportações brasileiras”, afirma.

Seca na segunda safra no Brasil

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projetou a safra total do Brasil em 101 milhões de toneladas, dentro do esperado pelo mercado, que era entre 100 milhões de toneladas e 102 milhões de toneladas. 

No entanto, para a segunda safra 2019/2020 do cereal, houve uma redução na comparação com o que o mercado esperava. A projeção é de produção em 80 milhões de toneladas, contra 82 milhões de toneladas a 85 milhões de toneladas.

Vlamir Brandalizze, analista de mercado, afirma que a produção foi comprometida pela seca no início da safra no Paraná e agora em alguns estados, que estão com o cereal em fase de floração e enchimento de grãos. 

Preço do milho

De acordo com a Scot Consultoria, o preço do milho com base em Campinas (SP) teve queda de R$ 4 por saca em abril, ficando em R$ 58. Apesar disso, o valor está 51% mais alto do que o mesmo período do ano passado.

“Os motivos dessa baixa são as incertezas em relação a demanda pelo cereal no Brasil, já que as vendas [de carne bovina] caíram e há um escoamento difícil, podendo haver um reajuste no consumo interno de milho”, explica o analista Rafael RIbeiro.

Outro motivo é a expectativa de boa safra para o milho safrinha.