Setor sucroenergético de Cuba será beneficiado com restabelecimento diplomático com os Estados Unidos

Possível abertura comercial entre os dois países pode impactar exportações agrícolas brasileirasO presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, informou na quarta, dia 17, que trabalha para retomar uma aproximação com Cuba, no objetivo de estabelecer uma melhor relação diplomática e comercial com o país, marcada há 50 anos por bloqueios.

O ponto de partida para a reconciliação e para um diálogo de mudança foi um recente pedido do Papa Francisco, na tentativa de aliviar o sofrimento de milhões de cubanos que vivem em privação de tecnologia, alimentação básica e liberdade. A atitude tem apoio até mesmo de Ban Ki-Moon, secretário geral da ONU, que defende uma normalização entre Estados Unidos e Cuba, com relações bilaterais e boa vizinhança.

Caso a suspensão de embargo seja de fato aprovada pelo Congresso norte-americano, Cuba terá uma grande oportunidade de desenvolver sua indústria sucroenergética, podendo, em breve, exportar para os Estados Unidos e ocupar um espaço que o Brasil sempre sonhou ocupar, mas que nunca conseguiu devido aos altos custos atrelados à produção nacional.

Existe uma condição climática favorável a essa lavoura no país comunista, além de uma proximidade geográfica com a costa leste americana, que no inverno sofre com questões logísticas para transportar etanol do centro-oeste. Isso proporciona uma chance maior de exportações para os Estados Unidos.

Cuba vai deixar de lado sua ideologia em prol do pragmatismo político, visando mudar radicalmente suas condições socioeconômicas. Maduro na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador, Cristina Kirchner na Argentina e Dilma Roussef no Brasil devem se surpreender com seu “companheiro” Fidel Castro diante dessa mudança de postura radical, que simboliza uma aproximação com os Estados Unidos.

*Miguel Daoud