Criado em 2003, o Plano Safra é o programa do Governo Federal que destina recursos públicos para financiar as atividades agrícolas de pequenos, médios e grandes produtores. O crédito liberado para o ciclo 21/22 foi de R$ 251 bilhões, com juros de 3% a 8,5%. O total destinado foi 6,3% acima ao da temporada 20/21.
De acordo com o consultor e executivo da Seges Agronegócio, Ademiro Vian, o Plano Safra 22/23 continuará no mesmo formato com alguma elevação no volume financeiro ofertado. Porém, na visão dele, não deve atender as necessidades do setor.
“O governo tem priorizado os recursos com taxa de juros equalizada que tendem a canalizar para o pequeno e médio produtor, para o ‘Pronampeano’ [que usam o Pronamp] e os ‘Pronafeanos’ [que utilizam o Pronaf]. Para quem acompanha os últimos Planos Safras, verifica-se essa tendência. É isso que o Governo tem deixado claro, que o dinheiro dele, os subsídios que ele tem, vão ser alocados para esses produtores, com seguro, investimento, custeio e comercialização do pequeno produtor. Os demais produtores vão ter que ir ao mercado buscar os recursos”, pondera.
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Ainda de acordo com Vian, a instabilidade da Selic deve afetar os financiamentos e o crédito em 2022. “Os bancos, por exemplo, já nos últimos três meses, elevaram significativamente as taxas de juros por conta da Selic e estão precificando elevações para o início de 2022″.
A Selic deve impactar também no custo de produção da temporada 22/23. “A elevação da taxa Selic pelo Banco Central, divulgada nos últimos meses e a tendência de aumento até o primeiro trimestre de 2022, deve impactar no custo de produção da soja. Isso é inevitável porque todos os elos da cadeia, os insumos, mão de obra e todos os componentes da cadeia produtiva da soja vão repassar os custos e isso, obviamente, quem vai pagar é uma única pessoa, o produtor”, finaliza.
