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Meteorologia aponta para inverno mais seco e quente do que o normal

De acordo com a previsão do tempo, a chuva só deve ficar acima da média no sul do Rio Grande do Sul e no leste do Nordeste

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Veja o que esperar do próximo inverno. Foto: Pixabay

Os últimos dias de outono serão de tempo seco em boa parte do Brasil, principalmente nas áreas de milho segunda safra, o que vai favorecer as atividades de campo. Apenas na quinta-feira, 18, as instabilidades vão se concentrar mais ao sul do Rio Grande do Sul, onde pode chover forte com rajadas de vento de até 70 km/h em cidades como Alegrete e Uruguaiana. “A chuva fica presa por lá, porque estamos sob os efeitos de um bloqueio atmosférico”, diz o meteorologista Willians Bini, da Somar.

O inverno começa à 18h44 (hora de Brasília) do sábado, 20. Neste momento, o hemisfério Sul recebe a menor quantidade de energia proveniente do Sol e marca o dia mais curto do ano (solstício de inverno), enquanto o hemisfério Norte recebe a maior quantidade de energia e o dia mais longo (solstício de verão).

Em 2020, o oceano Pacífico resfria rapidamente em sua porção equatorial. “Embora em seu último relatório, o NOAA afirme que o inverno será neutro, perceberemos efeitos parecidos com um La Niña em parte da estação”, diz Bini.

As últimas simulações indicam chuva inferior à média neste inverno numa faixa que vai do Pantanal até São Paulo, Paraná e norte de Santa Catarina, algo que traz preocupação quanto ao nível de reservatórios para abastecimento e geração de energia. A chuva vai ficar dentro da média no centro e sul de Santa Catarina e boa parte do Rio Grande do Sul, além da região Norte, restante do Sudeste e interior do Nordeste. Os volumes na próxima estação devem ficar acima do normal no sul do Rio Grande do Sul e leste do Nordeste.

Apesar da expectativa de pelo menos duas fortes ondas de frio entre julho e agosto, o grande espaçamento entre os eventos deixará a temperatura mais elevada que o normal no inverno no Sul, Centro-Oeste e boa parte do Sudeste. Por outro lado, Espírito Santo, Minas Gerais e boa parte do Nordeste terão um inverno menos quente que o normal, porque lá a climatologia das temperaturas já é mais elevada.

Como se comportou este outono

O outono de 2020 ocorreu com neutralidade climática no oceano Pacífico, mas com viés mais frio. Foi diferente do outono do ano passado, que foi marcado pelo fenômeno El Niño e águas mais quentes. Esta estação, que está para encerrar no próximo fim de semana, começou com seca e calor, mas terminou com chuva e frio no Sul do Brasil.

No Brasil central, a chuva começou a cessar durante a estação, algo normal para a época do ano. Mas, mesmo com uma época de pouca chuva, acabou chovendo ainda menos. A presença de bloqueios atmosféricos no Pacífico fez com que as frentes frias ficassem concentradas entre Uruguai, Argentina, Rio Grande do Sul e Santa Catarina na segunda metade do outono. Mesmo assim, os acumulados na estação ficaram entre a média a abaixo da média no Sul, litoral de São Paulo, sul de Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, sul de Rondônia, Amapá, noroeste do Pará, norte de Roraima e oeste e norte de Mato Grosso.

Por outro lado, choveu acima do normal na maior parte do Nordeste, Amazonas, Pará, Tocantins, Goiânia, Distrito Federa e norte de Minas Gerais. Além disso, ondas de frio mais fortes e frequentes avançaram para o Sul, com declínio acentuado das temperaturas em várias ocasiões e formação de geadas.

As temperaturas mínimas ficaram entre a média a ligeiramente abaixo da média no centro-sul do País, de forma geral. No Norte e Nordeste, ficaram acima da média. Durante as tardes, as máximas ficaram acima do normal na maior parte da Região Sul, com caracterização até de um veranico no Rio Grande do Sul e também em São Paulo, Mato Grosso do Sul e leste do Nordeste. Em outras áreas, temperaturas ficaram entre o normal a ligeiramente abaixo do normal.