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Retomada do PIB deve perder força com piora na pandemia, diz FGV

O Produto Interno Bruto do Brasil subiu entre o terceiro e quarto trimestre do ano passado, mas economista não vê continuidade desse avanço

A pandemia da Covid-19 levou o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil à maior queda anual da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que começou em 1996. A economia nacional recuou 4,1% em relação a 2019, para R$ 7,4 trilhões.

O economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Emerson Marçal lembra que antes da Covid-19, a expectativa era de que o PIB nacional aumentasse até 2,5%. Isso, segundo ele, mostra o impacto da pandemia

Na contramão dos demais setores, no entanto, a agropecuária cresceu 2%. Segundo Marçal, isso ajudou um pouco o PIB, apesar de o setor representar uma fatia pequena da economia brasileira.

Frente ao terceiro trimestre do ano passado, na série com ajuste sazonal, o PIB teve alta de 3,2% no quarto trimestre de 2020. Porém, o economista da FGV aponta que essa melhora não deve se perpetuar nos dois primeiros trimestres deste ano, por conta da piora na pandemia e dos problemas no orçamento do governo federal. “A retomada deve arrefecer e ter queda, sim, senão no primeiro trimestre, no segundo trimestre pelo menos”, pontua.

Marçal lembra que a vacinação só deve atingir índices suficientes para controlar a pandemia no segundo semestre. Por enquanto, o cenário é de recordes de mortes e infecções, o que pode levar municípios a adotarem medidas restritivas mais duras, prejudicando a economia. “Mesmo que não adotem, a própria população vai retrair um pouco o consumo. O quanto não sabemos ainda”, diz.

E o agronegócio, apesar de fornecer bem essenciais para a população, não deve passar ileso. “É o setor que provavelmente vai sofrer menos com o que vem por aí, mas todos serão afetados”, finaliza.

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