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Após forte alta em Chicago, para onde vão os preços da soja? Confira a tendência

Em 2020, os preços na Bolsa de Chicago chegaram ao maior patamar dos últimos seis ano; veja o que esperar para 2021

Os preços da soja dispararam na Bolsa de Chicago, nesta terça-feira, 29. Os contratos da soja em grão com entrega em janeiro fecharam com alta de 3,2% sendo negociados a US$ 12,95 por bushel. O mercado vinha acompanhando as negociações sobre a greve portuária na Argentina, e após o fim da paralisação, os preços voltaram a recuar no mercado internacional.

Segundo Ana Luiza Lodi, analista de mercado da Stone-x, os preços em Chicago, que estão nos maiores níveis em seis anos, foram pressionados nesta terça por um rally. No entanto, o movimento de realização de lucros contribuiu para quedas nesta quarta, além do anúncio do fim da greve portuária na Argentina.

Para 2021, as cotações devem se manter em patamares elevados, pois, segundo Ana Luiza, os fatores altistas predominam no mercado neste momento.

“Estamos com uma demanda muito forte pela soja. Além disso, tem preocupação com a safra na América do Sul. Com o clima adverso houve atrasos no plantio e, mesmo depois do início da semeadura, tivemos falta de chuva em algumas regiões. O mercado acompanha o tamanho da safra na América do Sul, pois os Estados Unidos vem com a tendência de terminar a safra 2020/21 com estoques apertados”, destaca.

Além disso, ressalta a analista, as vendas antecipadas de soja brasileiras avançadas, com 60% da nova safra já negociada contribui para dar suporte aos preços.

Impacto das retenciones na soja

Após as retenciones, imposto sobre exportações de soja da Argentina voltar a subir para 33%, a analista da Stone-x diz que a medida gera incertezas para as indústrias argentinas. Especificamente para a soja, o impacto da alta dos impostos pode ser maior na próxima safra.

“O imposto mais alto pode impactar o plantio para a próxima. Aliado a isso já temos um balanço mais apertado para a soja na Argentina, com a colheita prevista em 50 milhões de toneladas. Além das retenciones, os produtores argentinos devem se preocupar com o clima”, diz Ana Luiza.